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O Paraná é um dos estados que mais apreenderam armas de fogo na última década. De 2001 a 2007, aproximadamente 32 mil revólveres e pistolas foram retirados de circulação pelas Polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Estadual e Rodoviária Federal no estado. Apenas no ano passado, 10 mil armas foram retiradas de circulação, número 38% maior do que em 2008. Os estados que mais apreenderam armas foram São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Apesar do alto índice de apreensões, o trabalho das forças de segurança e dos gestores não foi suficiente para eliminar a comercialização clandestina. É o que mostra uma pesquisa da organização internacional Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra e pela organização não governamental Viva Rio. De acordo com o estudo, o Brasil tem aproximadamente 9,5 milhões de armas ilegais e sem porte em circulação, sendo 5,3 milhões na mãos de criminosos.

Falha

Na opinião do sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Lindomar Bonetti, a pesquisa mostra quanto o Estado falhou. "É um dado espantoso. Revela a fragilidade institucional do Estado", explica. Para Bonetti, a política de enfrentamento é uma solução. "Ela é possível, pode trazer bons resultados, entretanto, é preciso investir em políticas públicas. O estado precisa estar presente, principalmente entre a população mais vulnerável", explica.

Segundo o sociólogo Michel Misse, especialista em violência da Universidade Federal do Rio de Janeiro, não é possível traçar um panorama do armamento ilegal no Brasil. "A pesquisa do Viva Rio é inédita. Não temos dados anteriores para comparar. Não sabemos se o número de armas em circulação aumentou ou diminuiu", afirma. De acordo com Misse, as rotas do tráfico de armas são conhecidas, mas é muito difícil coibir. "Um dos pontos mais vulneráveis, por exemplo, é a tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai).

O chefe do Serviço de Armas da Polícia Federal no Paraná, Fernando Augusto Vicentine, admite deficiência nas fronteiras secas do país. "A travessia, o acesso, é muito fácil. Não tem como fechar completamente. No Paraná a fronteira é bem controlada. Nós temos operações no Lago de Itaipu, nas pontes. O controle aqui é muito rígido. Mas nós admitimos algumas deficiências, tanto na questão de logística, quanto na falta de efetivo", explica.

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