• Carregando...

Dezenove subpopulações de ursos polares habitam cinco países em torno do Círculo Polar Ártico – o Canadá, os EUA, a Noruega, a Groenlândia e a Rússia. Desses, três populações, incluindo os ursos polares do Sul do Mar de Beaufort, apresentam queda numérica.

Contudo, outras seis populações se mantêm estáveis e uma está crescendo. Além disso, os cientistas têm tão poucas informações sobre as outras que não é possível afirmar quantos animais existem, nem suas condições de saúde.

Os pesquisadores que realizaram a avaliação da Lista Vermelha concluíram que esses animais devem continuar classificados como “vulneráveis”, ao invés de passarem para uma categoria de maior risco.

Há poucas décadas, os ursos polares do Sul do Mar de Beaufort permaneciam o ano todo no gelo e, caso passassem por terra firme, ficavam pouco tempo. O gelo marinho permitia que tivessem acesso imediato a focas, o principal ingrediente de sua dieta rica em gordura.

Mas à medida que as temperaturas subiram, o derretimento da primavera chegou mais cedo e o congelamento passou a ocorrer mais adiante no inverno. O gelo que antes era visível em Kaktovik mesmo durante o verão retraiu centenas de quilômetros no Litoral.

Por consequência, os pesquisadores descobriram que uma maior proporção dos ursos do Sul de Beaufort resolveram passar mais tempo em terra firme: em média 20% do tempo, comparado com apenas 6% há duas décadas, de acordo com um estudo recém-publicado por Atwood, da Pesquisa Geológica, e seus colegas, que acompanharam fêmeas por meio de colares com transmissores via rádio. Além disso, os ursos estão passando mais tempo no Litoral – em 2016, chegaram em agosto e permaneceram até novembro.

“Eles têm duas escolhas: ou ficam no gelo, ou vêm para o Litoral. Se ficam no gelo e as águas são profundas demais, fica mais difícil conseguir comida”, afirmou Atwood a respeito dos ursos de Beaufort.

A proliferação dos ursos polares em Kaktovik durante o inverno atraiu fotógrafos da vida selvagem, jornalistas e turistas do aquecimento global para o vilarejo, enchendo as duas pousadas do local, ou vindo de Fairbanks em aviões fretados para passar o dia.

Cerca de 1,2 mil pessoas vieram observar os ursos em 2015, e os número crescem a cada ano, de acordo com o guia inupiat Robert Thompson.

O crescimento no turismo foi uma bênção econômica para algumas pessoas em Kaktovik, embora seja um incômodo para outras. Os turistas ocupam lugares nos pequenos voos comerciais que vêm e vão da cidade durante os meses de outono, quando os ursos vêm para cá, atrapalhando a vida dos moradores que precisam ir a Anchorage ou Fairbanks. Além disso, muitos visitantes passeiam pelo vilarejo tirando fotos sem pedir permissão.

Contudo, à medida que o gelo do Ártico continua a encolher, os ursos chegam em pior estado e permanecem por mais tempo. A interação entre esses animais e seres humanos tem se tornado mais comum, expondo os ursos polares a mais estresse e as pessoas a mais perigo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]