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segurança pública

Em três anos, 35 policiais civis foram demitidos no Paraná

No mesmo período, o Gaeco ofereceu denúncia à Justiça contra 148 agentes da força. Na PM, um a cada grupo de 280 policiais foi excluído em 2014

Corregedoria da Polícia Civil, no bairro Rebouças, em Curitiba. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Corregedoria da Polícia Civil, no bairro Rebouças, em Curitiba. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Nos últimos três anos, foram demitidos 35 policiais civis no Paraná. Isso significa que um a cada grupo de 400 policiais foi excluído entre 2012 e 2014 por delitos que vão desde facilitação de fuga de presos até tráfico de drogas. Os dados incluem ainda casos de abandono de emprego e outros pequenos desvios como desrespeitar ordem superior. O balanço foi feito pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) a pedido da reportagem. O efetivo total da Polícia Civil do Paraná é de 4,7 mil atualmente, de acordo com a própria instituição.

No mesmo período, o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná, braço do Ministério Público Estadual (MP), ofereceu denúncia à Justiça contra 148 policiais civis. Em crítica ao trabalho de controle interno das polícias, o coordenador do Centro de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, avaliou que o trabalho das corregedorias das instituições policiais ressalta o Gaeco como principal instância de fiscalização das polícias no Paraná. Segundo ele, o corporativismo nas Polícias Civil e Militar ainda dificulta o processo de controle interno.

O levantamento feito pela pasta ainda apresenta o número de demitidos na Polícia Militar (PM) do estado. Neste caso, no entanto, os números se referem aos dois últimos anos, já que a corregedoria da PM foi criada somente em 2012. Foram 120 excluídos neste período. Isso significa um excluído a cada grupo de 280 nos dois anos. A PM tem hoje 17 mil servidores, sem contar os 3,1 mil bombeiros. No mesmo período, o Gaeco ofereceu denúncia contra 91 policiais militares no estado inteiro. “Acredito também que elas punem mais as categorias de base das duas instituições. Quanto mais alto o cargo dos policiais, mais corporativistas eles são”, comentou Bodê.

Forças pedem que população denuncia e que agentes tenham mais consciência

O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, reconheceu o esforço feito pelas corregedorias das duas polícias, mas frisou que o trabalho ainda não é o ideal. Segundo ele, as próprias instituições não conseguem dar conta do trabalho. Batisti frisou também que delitos cometidos por policiais são subnotificados em razão da falta de denúncia da população. “As vítimas tem certo receio em fazer a denúncia”, disse. Ele explicou ainda que a cultura policial dificulta o processo de controle. Em tese, na opinião de Batisti, o ideal seria o Gaeco fiscalizar as corregedorias das polícias. “Mas a realidade impõe outra coisa”, disse.

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