Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Segurança

Em três meses, Curitiba zera assaltos a bancos

Último assalto ocorreu no dia 6 de abril. Com a prisão de três quadrilhas, polícia acredita que "onda de tranquilidade" permaneça

Curitiba conseguiu conter, ao longo do último trimestre, uma modalidade criminosa que vinha se tornando recorrente no início do ano: os assaltos a bancos (em que bandidos armados invadem as agências, rendendo clientes e funcionários). Um levantamento do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) revela que nos últimos três meses a capital paranaense conseguiu zerar os roubos a agências bancárias.

Os números – obtidos com exclusividade pela Gazeta do Povo – revelam que, entre dezembro de 2010 a abril deste ano, 16 agências bancárias foram assaltadas em Curitiba. O último roubo ocorreu no dia 6 de abril, quando três homens armados roubaram uma unidade do Bradesco, no bairro Fazendinha. De lá para cá, nenhum caso foi registrado, indicando uma tendência de redução desta modalidade.

"As três quadrilhas que atuavam na capital foram presas. Apenas um integrante de um dos grupos não foi identificado e segue foragido", disse o delegado Alexandre Macorin, chefe do Cope. Neste ano, 22 pessoas foram presas por ocorrências relacionadas a roubo a agências bancárias (sete, por roubo; seis por formação de quadrilha e receptação; e nove por roubo e formação de quadrilha). Como os grupos mapeados que agiam na capital foram tirados de circulação, a especializada acredita que a "onda de tranquilidade" deve continuar.Qualquer detalhe é importante

O delegado Amarildo Antunes, do Cope, aponta que os grupos envolvidos em assaltos a banco são mais "especializados" que bandidos que atuam em outras modalidades. Essas quadrilhas planejam suas ações de forma mais efetiva e estudam detalhes das agências que querem assaltar. "Eles [os assaltantes] procuram levantar todo tipo de informação. Desde o horário de almoço dos vigilantes ao número de funcionários", explica.

As investigações são calcadas em dois pilares: no trabalho do serviço de inteligência e na análise do modus operandi dos bandidos. A partir da avaliação destes dois elementos, a polícia elabora um mapeamento, que inclui os horários e dias da semana em que os grupos mais costumam assaltar. "Outro detalhe importante são os sistemas de segurança dos bancos. Muitas vezes as agências até têm câmeras, mas as imagens são sem qualidade", diz o delegado.

Esta avaliação qualitativa foi decisiva para que a polícia conseguisse tirar as três quadrilhas de circulação, na avaliação de Macorin. O último grupo criminoso que vinha atuando em Curitiba foi detido no dia 20 de maio. A quadrilha ficou conhecida como "gangue do guarda pó", porque um dos integrantes usava um jaleco de médico para distrair os vigilantes. Os bandidos são apontados como responsáveis por nove dos assaltos ocorridos entre dezembro e maio.

Arrombamentos

Nesta segunda-feira (11), a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) apresentou dois homens suspeitos de terem arrombado de caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil, em Bocaiúva do Sul, região metropolitana, usando dinamites. No dia 2 de julho, a especializada prendeu uma quadrilha de 11 pessoas, que seriam responsáveis por uma série de furtos e caixas-eletrônicos em Curitiba e região metropolitana.

Apesar disso, o delegado-adjunto da DFR, Guilherme Rangel estima que outros grupos estejam em atuação, sobretudo no interior do estado. A estratégia da polícia é manter diálogo constante com os bancos para conseguir informações que ajudem a chegar aos bandidos.

Para sindicato, "ataques" aumentaram

Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) coloca o Paraná na terceira posição no ranking dos estados que mais sofreram ataques a postos e agências bancários. O estado fica atrás de São Paulo e da Bahia. De acordo com os números, foram 56 registros – somando assaltos, furtos e arrombamentos de caixas eletrônicos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.