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Crime

Emoção e revolta em velório de menina assassinada na RMC

O velório de Giovana dos Reis Costa, 9 anos, brutalmente assassinada em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, foi marcado pela emoção e pela revolta. Moradores da cidade, vizinhos e amigos da família se uniram para amparar os pais de Giovana e dar o último adeus à menina. Mais de mil pessoas passaram pelo velório, finalizado com o enterro no Cemitério Municipal do Santa Cândida, em Curitiba, no início da tarde de ontem. A polícia ainda não tem pistas do assassino.

Giovana saiu de casa no início da tarde de segunda-feira para vender rifas de Páscoa para sua escola. Como não voltou, os pais começaram a procurá-la. "Ela era muito querida e meiga; todo mundo gostava dela aqui. Tanto que fizemos um mutirão para encontrá-la", conta a amiga Jocélia Andrade. O corpo da menina foi localizado na tarde de anteontem. Giovana estava nua, enrolada em um saco plástico, tinha as mãos amarradas e marcas de violência física e sexual.

"Quem fez isso com ela é um monstro e precisa pagar pelo que fez", afirma a colega Marli Klein. "Se ele fez isso com a Giovana, pode fazer com qualquer outra criança", concorda Jocélia. As buscas estão sendo realizadas pela Delegacia de Quatro Barras, que tem ainda o apoio do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). "Conseguimos o mandado de busca e apreensão e entramos em mais de 20 casas, mas ainda não temos pistas", conta a delegada do Sicride, Márcia Tavares dos Santos.

A psicóloga e investigadora Giovana Fabris pretende traçar um perfil do assassino. "Baseando-se na cena do crime conseguimos levantar dados importantes sobre a personalidade do criminoso", explica. Segundo a investigadora, o homem que matou Giovana pode ser caracterizado como um sociopata: alguém inconseqüente, agressivo e que não sente culpa ou remorso pelo que faz. Além de inteligentes, os sociopatas podem ser encontrados em diversas classes sociais e seu nível cultural nem sempre é baixo. A investigadora ainda acredita que o assassino tenha algum transtorno sexual.

Como não se ouviram gritos, o criminoso pode ser alguém próximo à família e conhecido de Giovana, segundo a polícia. "Sinto que ele ainda está por perto", revela o pai, o marceneiro Altevir Costa, que quando se aproximou do local onde estava o corpo da filha diz ter sentido algo diferente. "Alguma coisa parece que me chamava para aquele terreno, como se dissesse, vá até lá", diz. "Foram duas noites sem dormir e 48 horas sem comer. Só conseguia pensar na minha filha", relata.

Muito abalada, a mãe, Cristina Costa, define a filha como uma criança muito obediente, carinhosa e sonhadora. "Ela adorava lavar louça e ainda me ajudou antes de sair para vender as rifas; queria muito ganhar a cesta da Páscoa", lembra. Giovana cursava a segunda série na Escola Municipal Devanira Alves. "Ela era um anjo, que viveu até os 9 anos na terra e agora foi para o céu", define o amigo Roberto Debiazeo.

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