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Há quatro dias, o empresário Márcio Paschoal não consegue dormir nem cumprir sua agenda profissional como consultor de telecomunicações em razão de um trauma emocional sofrido no sábado passado, em Curitiba. Ele alega ter sido constrangido e humilhado ao tentar comprar nove telefones celulares nas lojas Renner do Park Shopping Barigui. Paschoal foi preso pela Polícia Militar diante da mulher, de dois filhos e da sobrinha, acusado de pagar a compra com dinheiro falso. No bolso, ele tinha mais R$ 6.342,70 em dinheiro e mais uma nota de US$ 100.

Na Superintendência da Polícia Federal (PF), no Alto da Glória, para onde foi levado algemado, o mau entendido foi desfeito. O perito Antônio Cesa, da PF, constatou que as cédulas de R$ 50 que estavam com o empresário eram verdadeiras. Foram seis horas de angústia entre a acusação e a comprovação da inocência.

"Fui tratado como um criminoso. O que passei não desejo para ninguém porque foi um vexame muito grande", desabafa Paschoal, que chegou a voltar à loja no dia seguinte com o seu advogado para pedir uma retratação pública, mas não foi atendido. A única saída foi recorrer à Justiça. "Estou entrando com uma ação indenizatória porque eles não podem tratar um cliente da maneira como me trataram", afirma.

O drama começou na sexta-feira, quando Paschoal sacou mais de R$ 6 mil no banco. "Tirei o dinheiro por volta das 15h45 para pagar contas e comprar os celulares, mas na correria não deu tempo de ir ao outro banco para fazer os pagamentos", afirma. No sábado, ele foi comprar os celulares na Renner. "Eram aqueles aparelhos bem baratos, de R$ 99. Tinha visto um anúncio e precisava comprar 13 celulares para distribuir entre a minha equipe. Mas no fim ia pegar só nove", explica.

Paschoal pagou ao todo R$ 950 no caixa – tinha pego também um creme para a mulher. "A atendente disse que ia demorar uns 20 minutos para habilitar todos os celulares. Então disse a ela que sairia para fumar um cigarro e já voltava. Fui com a minha mulher até uma outra loja e lá fui rendido por dois policiais com as armas apontadas para minha cara", relata. O porte de uma quantia alta no bolso agravou a situação. Ele diz ainda que teve que de ajoelhar para não ser colocado no camburão, pois não queria esta imagem gravada na memória dos filhos.

Outro lado

Por meio de nota oficial, a gerente de propaganda e promoções da Renner, Rosele Sanchotene, afirma que a autenticidade das notas "foi averiguada pelo equipamento Testa Nota, largamente empregado pelo comércio e considerado o mais eficaz. O teste identificou possíveis inconformidades em 10 das 19 cédulas de R$ 50 apresentadas, motivo pelo qual a Renner acionou a polícia".

Rosele afirma ainda que a Renner agiu em conformidade com as recomendações do Banco Central e que, em momento algum, o casal sofreu qualquer espécie de constrangimento na loja. Já a assessoria de imprensa do Park Shopping Barigüi informou que as lojas têm autonomia suficiente para definir as suas ações nesses casos.

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