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A prisão do empresário Otacílio Rojas Martins em Curitiba pelo crime de receptação de veículo pode ter como conseqüência um outro delito e extremamente danoso à população - o de distribuição e venda de óculos de sol falsificados para grandes lojas da capital paranaense, do interior do Paraná e para outros estados do país. Os estabelecimentos que possivelmente compravam os produtos da fábrica de Martins estão sendo investigados.

O empresário foi preso no bairro Hauer, em Curitiba, na tarde de terça-feira (13). Investigadores da 11º Delegacia de Polícia Civil, acompanhados de um oficial de Justiça, estiveram na sede da empresa para cumprimento de um mandado de busca e apreensão de uma caminhonete - roubada no último fim de semana na cidade de Joivinlle, em Santa Catarina.

Numa das celas do 11ºDP, Martins tentou explicar. "Foi uma armação para me pegar. Esse carro eu recebi do Alexandre Gonçalves como forma de pagamento", argumentou. Gonçalves é um ex-policial civil que, assim como o empresário e outras 10 pessoas, foi preso no dia 3 de julho deste ano numa operação desencadeada pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas - que desmantelou duas quadrilhas que aplicavam golpes no comércio de Curitiba e região. Gonçalves será intimado pela polícia para prestar depoimento sobre a caminhonete.

O que os policiais não esperavam encontrar na fábrica era uma enorme quantidade de óculos de sol - mais de 90 mil unidades. "Além dos óculos, foi apreendido grande quantidade de etiquetas que eram coladas nos óculos e depois entregues às empresas que solicitavam a personalização", explicou o delegado Gerson Machado - titular da 11ºDP. Além de marcas conhecidas, foram recolhidas etiquetas em nome de clubes de futebol de São Paulo e do Paraná.

"Ele (Martins) comparava grande quantidade de óculos na Rua 25 de Março, em São Paulo, dizendo que era para atender pedidos de empresas", explicou Machado. "Depois, ele afixava as marcas/selos de autenticidade como sendo originais e fazia a entrega aos clientes (empresas)", completa. O "modus operandi" caracteriza, segundo o delegado, crime de estelionato, uma vez que as pessoas compravam óculos falsificados pensando ser originais.

Martins informou que possuía contato com empresas para fornecimento dos óculos. Sobre os mais de 90 mil produtos apreendidos na fábrica, o empresário alegou que se trata de estoque. Como foi preso recentemente, a polícia vai comunicar ao juiz da Vara Criminal de Curitiba - que decretou a prisão temporária, à época da operação -, para revogar o benefício da liberdade concedido pelo Poder Judiciário ao empresário.

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