Após quatro dias de buscas, o tenente-coronel Vitor Leite, comandante do 2º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente, afirmou que as buscas pelos restos mortais da engenheira Patrícia Amieiro, desaparecida há quatro anos, foram encerradas. Ainda de acordo com ele, toda a área do terreno do Sítio Vitória, na Favela da Muzema, foi percorrida. No local, foram encontradas apenas ossadas de animais. Uma cisterna na parte alta do terreno foi esvaziada e nada foi localizado.
Participaram da operação 217 pessoas, entre elas, policiais civis, bombeiros, integrantes do Ministério Público e operários da Secretaria municipal de Conservação. O delegado titular da Divisão de Homícidios, Rivaldo Barbosa, também deu a operação de buscas por encerrada. O promotor Felipe Morais, do 1º Tribunal de Júri, disse que o empenho dos vários órgãos foi satisfatório para esgotar todas as possibilidades de encontrar o corpo da engenheira no local.
"Esgotamos tudo que estava a nosso dispor", comentou Morais, que mais cedo chegou a afirmar que as buscas poderiam se estender até o sábado.
Durante as buscas, foi montada uma força-tarefa para percorrer o terreno, que foi dividido em três áreas. Em cada setor, passou primeiro a equipe dos bombeiros com os cães farejadores. Depois, os policiais civis e os homens da Secretaria de Conservação. Se os cães farejassem alguma pista, o terreno seria escavado. O delegado Rivaldo Barbosa disse que há uma intimação contra o proprietário do sítio, Juaziel de Pontes Miguel. Ele vai responder pelos crimes de posse de arma e de furto de energia elétrica.
Pais de Patrícia voltam à DH para novo reconhecimento
Os pais de Patrícia Amieiro voltaram, nesta sexta-feira, à Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, para um novo reconhecimento das roupas encontradas. A mãe de Patrícia, Tânia Franco, manteve o que tinha dito anteriormente. Para ela, a blusa pode ser de Patrícia porque se assemelha com a roupa que usava na noite que desapareceu.
"É bem provável que a blusa seja da minha filha. A roupa que ela estava naquele dia não sai da minha mente. Era uma blusa nova que ela tinha comprado para ir à festa. Por isso, eu não esqueço", afirmou ela.
Ao ver de perto, nesta quinta-feira, os pedaços de roupas femininas encontradas há dois dias na mata nos fundos do Sítio Vitória, na Favela da Muzema, no Itanhangá, Tânia Franco, mãe da engenheira Patrícia Amieiro, não segurou as lágrimas. Acompanhada do marido, Antônio Franco Celso, ela esteve na Divisão de Homicídios de manhã e disse ter quase certeza de que o tecido encontrado no sítio é igual ao da blusa que Patrícia usava no dia em que desapareceu, há quatro anos.
"Quando vi, deu um aperto no coração, uma dor na nuca. Tenho muita esperança. Já se passaram quatro anos, mas para mim parece que foi ontem. Tudo o que aconteceu está em minha cabeça, fico buscando uma explicação para toda essa barbárie", disse Tânia.



