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litoral

Engorda da orla de Matinhos fica no papel

Ampliação da faixa de areia, aprovada em audiência pública, teve parte dos recursos liberados, mas ainda não há previsão para o início das obras

Enquanto sonham com o início das obras de engorda, os matinhenses convivem com os estragos causados pela ressaca | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Enquanto sonham com o início das obras de engorda, os matinhenses convivem com os estragos causados pela ressaca (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Após duas décadas e muitas promessas de que o projeto de engorda da praia de Matinhos seria concretizado, enfim, em 2012, moradores e comerciantes da cidade vivem o total descrédito com relação à obra, que deveria estar a pleno vapor. Enquanto esperam, os comerciantes observam a constante diminuição do número de turistas e o aumento dos prejuízos a cada temporada.Carlos Dalberto Freire, presidente do conselho superior da Associação Comercial e Indus­­trial de Matinhos (Acima), foi um dos precursores da discussão sobre a urgência de um projeto para a recuperação da orla, danificada ao longo de anos por processos de erosão. Dono de um restaurante na cidade, Freire lamenta a situação e critica o que considera um descaso dos sucessivos governos do estado com o litoral. "Infelizmente não temos como concorrer com as praias catarinenses, pois elas recebem investimentos altos do governo local."

Paisagem modificada

O processo de erosão destruiu boa parte da orla de Mati­nhos e modificou drasticamente a paisagem. O matinhense Pedro José Rosa, de 47 anos, lembra do tempo em que até mesmo um campo de futebol existia na areia da Praia Brava, um dos locais afetados.

O projeto da engorda da orla de Matinhos prevê a retirada de 1,3 milhão de metros cúbicos de areia do fundo do mar para aumentar 50 metros na faixa de areia da Praia Brava, em Caiobá, até o Balneário Flórida. A obra foi estimada em R$ 22 milhões. Desse valor, R$ 11 milhões foram liberados pelo governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A outra metade dos recursos é responsabilidade do governo do estado.

Adiamento

Após ser aprovado em audiência pública, em junho de 2010, o projeto aguardou a licença ambiental, concedida no mesmo mês pelo Instituto Ambien­tal do Paraná (IAP). O próximo passo seria a abertura do processo de licitação para a escolha da empresa responsável pelas obras. A previsão para o começo dos trabalhos era novembro de 2010 e a conclusão estava programada para 2012, mas nem ao menos o processo licitátorio foi realizado.

A prefeitura municipal de Matinhos afirmou apenas que o projeto continua em andamento. A assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e do Paranacidade disse que o projeto está sendo reavaliado por técnicos, sobretudo com relação aos custos e à eficácia. O governo só vai se pronunciar após o término da revisão total do projeto, também sem data definida.

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