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Litoral

Engorda da praia de Matinhos, só em 2012

População aprova relatório de impacto ambiental para ampliar faixa de areia na praia. Primeira fase da obra, que já tem recursos garantidos, começa em novembro

Com a água do mar chegando cada vez mais perto das construções em Matinhos, engorda é opção para conter o avanço | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Com a água do mar chegando cada vez mais perto das construções em Matinhos, engorda é opção para conter o avanço (Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo)

O projeto de engorda da orla de Matinhos, no litoral do Paraná, venceu mais uma etapa com a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) pela população em audiência pública na última segunda-feira. A am­­pliação da faixa de areia para conter o avanço do mar é uma reivindicação antiga de moradores e comerciantes, e está sendo discutida há pelo menos 20 anos. A cobrança aumentou depois que o dinheiro para a obra foi disponibilizado: R$ 22 milhões já foram em­­penhados, sendo R$ 11 milhões vindos do Programa de Ace­leração do Crescimento (PAC), do governo federal, e R$ 11 milhões do governo do estado. No entanto, a obra não deve ficar pronta antes de 2012.

Segundo o secretário de estado do Meio Ambiente, Jorge Augusto Callado Afonso, após a aprovação do projeto, o próximo passo é obter a licença ambiental do Instituto Ambien­tal do Paraná (IAP), que deve sair em 15 dias, e então iniciar o processo licitatório para escolher a empresa que tocará as obras. A previsão é começar a primeira fase do projeto – a retirada de 1,3 milhão de metros cúbicos de areia do fundo do mar – ainda em novembro. O secretário garante que as obras não afetarão os banhistas. "Serão realizadas em alto-mar e não refletirão na orla." Somente essa fase do projeto levará quatro me­­ses. Se tudo correr como o planejado, a primeira fase ficará pronta em março de 2011.

Após a dragagem, será iniciada a engorda propriamente dita, o que levará, segundo o autor do EIA/Rima da engorda, o geólogo e professor da UFPR Rodolfo Angulo, cerca de quatro meses – até setembro do ano que vem. Após isso, ainda há o projeto de revitalização da orla, que levará mais seis meses e provavelmente terá de ser transferido para 2012 ou então coincidirá com a temporada do ano que vem. "Não creio que seja possível terminar tudo para a temporada de 2011. Não dará tempo."

Areia

Após a conclusão do estudo, ficou definido que a areia que alimentará a engorda virá do oceano, de um local conhecido como "plataforma interna", a seis quilômetros da costa. Será utilizado um total de 1,3 milhão de metros cúbicos, que aumentará a faixa de areia em 50 metros, numa extensão de 13 km, de Caiobá (ao lado do Morro do Boi) ao balneário Flórida. De acordo com Angulo, a técnica é a que menos interfere na dinâmica do sistema costeiro, pois a areia usada virá do fundo do mar, ou seja, é uma areia sedimentada, que não se movimenta e está fora do sistema praial. "O impacto acontece quando você tira areia de uma praia para colocar em outra, mexendo com a dinâmica daquela praia que perdeu a areia. Nesse caso, a areia que será usada vem de uma região que está fora desse contexto", explica.

Depois de concluída a engorda, o desafio será a manutenção. Angulo explica que é complicado falar em números, pois a engorda pode durar de 5 a 10 anos. Nesse caso, a melhor solução é realizar um monitoramento constante da obra para entender a velocidade de erosão da praia após a engorda. "Um mês após a conclusão, deve ser feita uma medição da orla como forma de monitorar a perda de sedimentos, e, após isso, repetir o teste a cada três meses. O monitoramento não é custoso e leva cerca de três dias", diz.

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