
Aos 14 anos, o seminarista da Igreja Presbiteriana Arthur Martins, hoje com 19, decidiu o que queria fazer na vida: "Eu queria cuidar das pessoas. E eu vi que poderia fazer isso através da religião", conta ele, que atualmente cursa o 3° ano de Teologia. Os amigos, com quem dividia a paixão pela música punk e até uma banda, estranharam. "O pessoal falava que eu não iria mais sair com eles, nem dividir os gostos, mas não teve nada disso. Eu sou um seminarista que sai para festas, bebe uma cervejinha e gosta de rock, a única diferença é que meu comportamento em relação a alguns temas, como a sexualidade, é diferente", esclarece.
Na semana em que concedeu essa entrevista, Arthur se encontrava em Minas Gerais, onde participava de um encontro com pastores nada convencionais. "Há aqui uma comunidade chamada Caverna de Adulão, onde eu preguei, que tem pastores até com tatuagem." Sobre a falta de jovens que renovariam os quadros das igrejas, Arthur afirma que a busca deles pela vida religiosa tem aumentado. "O problema é que muitos desenvolvem mal a vocação, ficam radicais, se isolam. Não podemos ser assim, temos de nos livrar dos preconceitos, para poder atender melhor os que nos procuram. O fiel quer alguém que alivie o peso das costas dele, não alguém que fique no pé. Jesus se fez homem para ajudar os outros, por que temos de querer ser como santos?"



