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Serviços públicos

Era para ter energia solar, mas comunidade segue “na vela”

Projeto de energia solar em comunidade de pescadores do Litoral do Paraná não funcionou e deixou moradores novamente sem luz

Painéis solares que deveriam gerar energia estão inutilizados. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Painéis solares que deveriam gerar energia estão inutilizados. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

A promessa de levar energia elétrica em Barra do Ararapira, no Litoral Norte do Paraná, não foi cumprida. O sonho esteve perto de virar realidade, quando a comunidade de 40 famílias recebeu um projeto de energia solar da Copel. Depois de um investimento milionário, os moradores precisaram voltar a usar velas e geradores a diesel. A geladeira que ganharam de presente como parte da proposta de eletrificação está, em muitas casas, desligada.

O projeto de ofertar energia para Barra do Ararapira e outras sete comunidades isoladas na divisa com São Paulo começou em 1997 e funcionou parcialmente por algum tempo. Há quatro anos, os equipamentos foram trocados e ao invés de ampliar o serviço, as comunidades passaram a ficar sem luz elétrica. Os aparelhos obsoletos foram substituídos por placas solares e baterias sem condição de uso. O total do investimento para atender 350 famílias foi de R$ 10 milhões.

No máximo, os novos painéis teriam funcionado por um ano e meio. Em algumas casas, o conforto da energia elétrica não durou nem dois meses. Além disso, a geração era suficiente apenas para lâmpadas e eletrodomésticos simples. “A gente esperava uma coisa que ia melhor muito a nossa vida e nada mudou”, conta o líder local dos pescadores, Edivaldo Santana. Ele afirma que o projeto ficou inacabado. “Precisamos manter o pescado no refrigerador e não podemos”, relata.

Visitantes

A situação prejudica o pescador Marcio José Muniz, que tem também um quarto para alugar para turista. A falta de energia elétrica pode afugentar visitantes. Para ter o mínimo de conforto, a família Muniz gasta com o diesel do gerador, comprado por R$ 5 mil e que consome R$ 450 de combustível por mês. Como o valor é alto, é um recurso que muitos moradores não conseguem dispor. “Tem casa que ainda se vira com vela”, diz. A suspeita é de que o material usado na instalação não tinha qualidade. Muitos equipamentos quebraram ou estragaram e parte da madeira usada no suporte apodreceu.

Os moradores querem um sistema de cabeamento marítimo que precisa de licenciamento ambiental. Santana declara que a ligação por cabos foi autorizada para a comunidade de Barbados e que outras localidades, como Vila Fátima, Sibui, Varadoro e Canudal também aguardam uma solução semelhante a que já beneficiou os moradores da região de Bertioga. “O pessoal até fez uma manifestação no ano passado para reclamar”, conta. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, que está buscando uma solução em conversas com a Copel.

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