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Escandalosas divertem milhares de foliões em Antonina

Uma das atrações mais esperadas do Carnaval de Antonina, tradicional desfile de homens vestidos de mulher levou uma multidão à avenida

As saias tomaram conta da avenida na terceira noite do Carnaval de rua de Antonina. Uma multidão incontável de pessoas se reuniu para assistir ao tradicional concurso das Escandalosas, uma das noites mais esperadas pelos foliões, quando marmanjos vestidos de mulher desfilam diante de um júri composto pelas madrinhas de bateria da cidade.

Entre os 60 inscritos, estreantes e veteranos garantiram a diversão de milhares de pessoas na noite da segunda-feira (3). Com um vestido de noiva e um buquê nas mãos, o feirante curitibano Odorico Mário Marquezini, 45 anos, foi uma das atrações da avenida. Ele saiu como escandalosa há mais de duas décadas, usando roupas improvisadas.

"Até que comprei esse vestido no Pequeno Cotolengo, para ajudar, e comecei a usar." Exibindo unhas vermelhas intactas, ele conta que chegou a trazer os filhos no ano passado – quando conquistou a competição – para entrarem como pajem e daminha, mas a organização não permitiu. "Minha mulher gosta, ela me ajuda. Foi ela que pintou minha unha."

Nem mesmo a chuva fina que caiu por alguns minutos antes do desfile desanimou as famílias e grupos de amigos que, fantasiados ou em blocos, lotaram a avenida. Estreante na brincadeira, o montador João Lucas Tyminski, 23 anos, diz ter sido influenciado pelo sogro. Usando roupa, sapato, bolsa e brincos da esposa e um chapéu da sogra, ele confessa ser um pouco desconfortável estar na pele de uma mulher. "Essa coisa de manter a unha em ordem é difícil, isso porque nem lavei louça. Beber cerveja de batom também é complicado", brinca.

Apesar das boas produções individuais, o troféu das Escandalosas foi para um grupo de três amigos e três irmãos, caracterizados de Globelezas. A confecção dos macacões pretos decorados, trabalho que levou oito dias, ficou a cargo de dona Aneide e da filha Elizabete Barth, irmã de parte dos foliões. "Deu trabalho, porque não tinha molde, cada um é de um tamanho. A gente não esperava que eles ganhariam, mas estava mesmo diferente", conta a mãe, de 70 anos, orgulhosa da produção.

No meio do público, 11 Paquitas da Xuxa carregavam uma placa à procura de "Paquito$". A brincadeira com o cifrão, conta Roberta Hess, é antiga entre o grupo de meninas, todas parentes. "No ano passado, estávamos vestidas de marinheiras e procurávamos marinheiros. Mas tem que ter dinheiro", ri.

Com uma ambulância, 23 enfermeiras (homens e mulheres) e cerca de 20 ajudantes, a "Ambulância das loucas" chamava a atenção na avenida. De peruca colorida, o motorista da ambulância, o contador Edinilson Marques Rodrigues, 35 anos, lembra que desde os oito anos já saía com o pai no Carnaval. "A ideia aqui é socorrer as vítimas, tem até uma médica cubana", brinca.

Depois do desfile, a Banda Coração Brasil animou o baile público, que seguiu pela madrugada. Nesta terça-feira (4), tem Bloco dos Bonecos, às 21 horas, seguido de baile.

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