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A manhã desta terça-feira (8) foi de reuniões para os componentes das escolas de samba Grande Rio e União da Ilha, que foram atingidas pelo incêndio na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio, na última segunda (7). Carnavalescos e diretores discutem como será o desfile do carnaval deste ano e o futuro dos barracões.

O diretor de carnaval da Grande Rio, Tavinho Novella, reuniu cerca de 100 componentes para dar uma satisfação e fazer um balanço do que foi destruído. Segundo a direção da escola, ainda não há informações ou decisões sobre o que a escola levará para a Sapucaí. Uma outra reunião com o carnavalesco Cahê Rodrigues e com o presidente Jaider está prevista para terça.

"Já tivemos uma reunião ontem com a diretoria e teremos uma outra hoje para tratar desses assuntos. Nós vamos recomeçar do zero e vamos desfilar com toda força do povo caxiense. O Cahê (carnavalesco) já está trabalhando para arrumar uma saída de levar a Grande Rio para a Avenida. Nós perdemos tudo, ainda é prematuro dizer o tamanho do prejuízo, mas uma coisa é certa, a nossa escola vai continuar viva com toda sua força e vamos manter os nossos ensaios. A vida da Grande Rio continua", disse.Destruição

O diretor informou ainda que o incêndio não destruiu apenas o carnaval deste ano, mas também toda a história de 23 anos da Grande Rio. Segundo ele, o acervo completo estava no barracão assim como troféus, fotografias e outros prêmios. Tavinho completou que a escola deve se mudar para o barracão sete da Cidade do Samba, onde atualmente ficam as oficinas da Liesa.

Já a União da Ilha discute como a escola apresentará o enredo do "Mistério da Vida". Com apenas um dos carro alegórico atingido pelo fogo, a agremiação pretende levar todas alegorias para Sapucaí. O carnavalesco Alex Souza conversou com os diretores de harmonia e trabalhadores do barracão e apresentou as ideias para o desfile.

Assim como a Portela e a Grande Rio, a Liesa decidiu não julgar a União da Ilha, que fará um desfile simbólico.Focos de incêndio

Um dia depois do incêndio que atingiu quatro barracões na Cidade do Samba, equipes do Corpo de Bombeiros ainda combatem pequenos focos no prédio que era ocupado pela Grande Rio, a escola mais atingida. Três caminhões e 15 bombeiros atuaram no trabalho de rescaldo nesta manhã. Por medida de segurança, a área entre os barracões 1 e 4 foi isolada e permanece interditada pela Defesa Civil municipal. Do lado de fora da Cidade do Samba ainda era possível ver fumaça saindo de dentro dos barracões.Cenário de ferros contorcidos

Por toda área atingida pelas chamas, a imagem é de destruição. Ferros contorcidos, paredes que desabaram e carcaças de alegorias. Durante toda manhã, funcionários da Portela circulavam com o que conseguiram salvar no barracão e há alegorias a céu aberto. As três escolas afetadas contam ainda com a ajuda das outras agremiações, que cederam ateliês, material de confecção dos carros e caminhões para ajudar no transporte das alegorias.

Para a secretária Patrícia de Oliveira Braga, de 28 anos, da União da Ilha, o ideal seria ter uma base dos bombeiros na Cidade do Samba. "As escolas trabalham com equipes de bombeiros contra incêndio, mas não são suficientes e ontem vimos isso. Um dos barracões da Liesa poderia ser usado como base, uma espécie de miniquartel. Tenho certeza que o estrago seria menor ", disse ela.

Mudança nos desfiles

O folião que não estiver satisfeito com a mudança nos desfiles do carnaval carioca, decidida depois do incêndio, vai poder pedir o dinheiro de volta. Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), não será possível fazer trocas.

Como a União da Ilha, Portela e Grande Rio estavam agendadas para desfilar na segunda-feira de carnaval, foi necessária uma mudança na grade de desfiles. A decisão aconteceu após uma reunião com presidentes de todas as escolas. Com a nova ordem, a Portela, que desfilava na segunda, passará para o domingo, no lugar da Mocidade Independente de Padre Miguel, que teve seu desfile transferido para segunda.

A Liga, segundo a sua assessoria de imprensa, ainda estuda a criação de um balcão de trocas, para tentar conciliar interesses de consumidores. Mas ainda não se sabe se haverá estrutura para intermediar trocas de diferentes setores com um serviço de qualidade.

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