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As escolas da rede pública estadual na Grande Florianópolis terão as aulas do turno da noite suspensas hoje (15). A medida segue definição tirada durante assembleia de motoristas e cobradores ontem (14). Desde 30 de janeiro, quando teve início a onda de violência em Santa Catarina, 37 ônibus foram incendiados na região.

A Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina informou que a possibilidade de interrupção das atividades na semana que vem será analisada ao longo dos dias pelas gerências regionais de Educação (Gered) em conjunto com as escolas. Também serão estudados casos específicos, como o de unidades cujos alunos, em sua maioria, não dependem do transporte público para chegar à instituição.

Na rede municipal de Florianópolis, não houve alteração no calendário de volta às aulas, previsto para a próxima segunda-feira (18). A Secretaria de Educação da capital catarinense informou que apenas os cerca de 880 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), única modalidade da rede com aulas no turno da noite, poderão ser afetados, mas não há decisão de suspender as atividades.

Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o início do ano letivo também está previsto para segunda-feira (18). A assessoria de imprensa da instituição informou que a direção avalia possíveis alterações para o período da noite e deve divulgar uma posição oficial ao longo do dia.

Na manhã de hoje, muitas pessoas reclamaram de dificuldades para chegar ao trabalho, principalmente em função da longa espera nos pontos de ônibus, a maioria com movimento acima do habitual.

A jornalista Elaine Tavares, que mora em Florianópolis, saiu de casa mais tarde, porque sabia que os coletivos não passariam no horário de costume. "Normalmente saio às 6h15 de casa, mas sabia que não adiantaria. Como os ônibus só saíram das garagens às 7h, muita gente ficou esperando mais de uma hora pelo transporte", disse ela, que terá de antecipar a volta para casa para não correr o risco de ficar na rua.

"É um tormento porque não se pode mais trabalhar até o fim da tarde. Como eu pego três ônibus para chegar em casa, terei que sair do trabalho no máximo às 14h30 para conseguir chegar no terceiro terminal a tempo de pegar o ônibus", contou.

A farmacêutica Cibele Silva disse que "teve sorte" por não depender do transporte público para chegar à drogaria onde trabalha, no bairro Capoeiras, em Florianópolis, na manhã de hoje. Segundo ela, que faz o trajeto de casa ao estabelecimento a pé, os pontos de ônibus ficaram "muito cheios" a maior parte da manhã.

"No ponto [de ônibus] que fica na porta da farmácia, o movimento foi muito grande o tempo todo. Em geral, às 9h, ele já está vazio, mas hoje tinha muita gente até depois desse horário", disse.

O secretário de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Sintraturb), Dionísio Linder, disse que a categoria aderiu "em peso" ao movimento por temer os ataques na região, não acatando a determinação da prefeitura da capital catarinense e do governo do estado de manter a circulação de ônibus, em horário reduzido, das 6h às 23h.

As autoridades se comprometeram a garantir a segurança necessária - com a escolta policial de todos os ônibus a partir das 17h e com escolta parcial para as linhas que passam por áreas consideradas de maior vulnerabilidade, durante todo o dia - até que a situação se normalize na região.

Segundo a assessoria de imprensa do governo catarinense, o restabelecimento dos serviços, conforme horário determinado pelas autoridades, está sendo negociado hoje com representantes do Sintraturb. Caso não haja acordo, o estado analisa medidas jurídicas para que o serviço não seja interrompido às 19h.

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