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A Europa é um dos destinos de homens e mulheres vítimas do tráfico no Brasil. E a Espanha é o principal mercado. Com base em dados da polícia espanhola, a pesquisadora Waldimery Corrêa, que desenvolve uma tese de doutorado em Direito Internacional sobre o assunto, revela que hoje cerca de 7 mil brasileiras vivem em regime análogo ao trabalho escravo na Espanha.

Conforme o levantamento, as brasileiras fazem até 20 programas ao dia. Do total pago pelos clientes, uma taxa de 50 euros por dia fica com os proprietários de clubes ou boates, além de 3 euros por relação, cobrado pela troca de lençol e preservativos. Do rendimento bruto, as mulheres ficam com apenas 40%. Segundo a pesquisadora, sobra para as prostitutas um total de 800 euros ao mês, o equivalente a um salário mínimo na Espanha. Com o rendimento, a maioria só consegue saldar as dívidas ao longo de dois anos. Elas já deixam o Brasil com uma conta estimada entre 3 mil e 7 mil euros para pagar aos traficantes.

Portugal

Em Portugal, o Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH), entidade especializada na coleta e distribuição de informações sobre o crime, tem registro sobre a presença de brasileiras na Europa. Conforme o observatório, a maioria das vítimas do tráfico de pessoas em Portugal são de origem brasileira. Entre 2008 e 2009, o OTSH registrou 135 vítimas, das quais 16 foram confirmadas como vítimas de tráfico de seres humanos. As brasileiras foram encontradas trabalhando nas ruas ou em boates.

As quadrilhas que recrutam e aliciam mulheres são integradas por brasileiros e estrangeiros. No início de outubro, a polícia espanhola prendeu uma quadrilha que usava redes sociais, incluindo Orkut, Twitter e Facebook, para atrair vítimas. Faziam parte do grupo 18 brasileiros, 21 espanhóis e um dominicano. Eles levavam homens e mulheres para Barcelona. Para isso, usavam anúncios de falsos empregos nas redes sociais para atuarem na rede hoteleira ou como bailarinos, músicos e modelos.

Ao chegar ao país, as vítimas eram obrigadas a se prostituir para pagar as dívidas da viagem.

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