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Um grupo de zeladores percorre ruas do Centro e do Portão para apagar e consertar os estragos deixados por vândalos | Diego Pisante/ Gazeta do Povo
Um grupo de zeladores percorre ruas do Centro e do Portão para apagar e consertar os estragos deixados por vândalos| Foto: Diego Pisante/ Gazeta do Povo

Desafios

Envolva-se com a cidade e dê mais vida a ela. Aqui estão algumas sugestões:

1. Ajude a "despichar" e a manter o espaço público da sua vizinhança em ordem.

2. Se está próximo a um bem histórico da cidade, envolva-se com a sua preservação.

3. Denuncie atos de vandalismo pelos telefones 153 e 156.

4. Mantenha a calçada de sua casa em ordem. Caso ainda não tenha, construa a sua.

5. Crie o hábito de frequentar praças e áreas públicas para que elas fiquem sempre ocupadas.

  • Valter Lengler, dono de um restaurante no Centro, aposta no potencial de recuperação da área

É difícil encontrar hoje em Curitiba algum espaço que não tenha sido alvo de pichações. O Alto São Francisco e bairros periféricos estão entre as áreas mais atacadas pelos vândalos. Somente em fevereiro deste ano, a Guarda Municipal recebeu 209 queixas de pichação em toda a cidade – número 300% maior que o registrado no mesmo mês em anos anteriores.

Cientes de que o poder público nem sempre pode sair em defesa do patrimônio coletivo, há quem saia distribuindo cuidados às ruas da cidade. Entre eles estão os Zeladores da Vizinhança, projeto desenvolvido há 13 anos pela Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil, com o apoio da Associação Comercial do Paraná, prefeitura e empresas privadas.

"Temos de nos mobilizar, todos juntos, para fazer alguma coisa e deixar Curitiba mais apresentável e menos violenta, uma vez que pichações também entram na questão de segurança", diz a coordenadora do projeto, Deisi Fonseca.

Diariamente, dez zeladores vão às ruas do Centro e do Portão para pintar e esconder as marcas deixadas por pichadores, além de limpar orelhões e fazer a manutenção do mobiliário urbano e conservação de jardins e canteiros públicos. "Conseguimos mudar a cultura das pessoas de esperar as benesses do Estado. Mostramos que não é preciso fazer grandes projetos ou uma revolução na cidade. Apenas fazer a nossa parte."

Insistência na busca de um Centro melhor

Na última década, o Centro de Curitiba se tornou um grande laboratório de testes na área de recuperação do espaço urbano. Ali, ações públicas, como a revitalização de ruas – a Rua Riachuelo e a Rua São Francisco foram totalmente repaginadas –, se somam a iniciativas de comerciantes e moradores inconformados com o abandono da região.

A partida foi dada em meados dos anos 2000 pelo programa Marco Zero, desenvolvido pela prefeitura. O objetivo era proporcionar uma nova aparência a pontos considerados problemáticos pela administração municipal, como a Praça Tiradentes e a Rua Marechal Deodoro. Entidades como a Associação Comercial do Paraná (ACP) e o Sistema Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio) – do qual faz parte o Sesc, que ficou responsável pelo Paço Municipal – aderiram à causa.

"Eu estou na Rua São Francisco há mais de 28 anos. E defendo ela faz muito tempo. Acho que nós temos que cuidar do que é da gente. Por isso, sempre dei a minha cara a tapa, tudo para garantir coisas boas para todos que vivem aqui", afirma Valter Lengler, dono de um restaurante da região.

Para reforçar a empreitada de recuperar o "brilho" da região histórica, foi criada em 2012 a Rede Empresarial do Centro Histórico, composta por 26 comerciantes e com o objetivo de garantir a continuidade dos projetos. Lúcia Malucelli, diretora do Solar do Rosário e membro da Rede Empresarial, reforça a importância do envolvimento da população. "Acredito que o mais importante é a união de todos – do público e do privado, dos empresários e do poder público e, principalmente, dos comerciantes e da população."

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