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Visita

Em favela, papa pede por justiça social

Na comunidade de Varginha, Francisco deu recado aos políticos e disse que a pacificação é impossível quando a periferia é ignorada

Em seu quarto dia no Brasil, Francisco foi até a zona norte do Rio de Janeiro, onde visitou a comunidade de Varginha | Tânia Rêgo/ABr
Em seu quarto dia no Brasil, Francisco foi até a zona norte do Rio de Janeiro, onde visitou a comunidade de Varginha (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

Em visita à favela da Var­ginha, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, o papa Francisco passou uma mensagem aos políticos: só pacificar as comunidades pobres, sem atacar o problema principal, isto é, "o abandono da periferia", não será "duradouro", disse o pontífice, que chegou ao local por volta das 11 h de ontem e deixou a favela ao meio-dia. Antes, às 9h45, o papa participou de cerimônia de entrega das chaves da cidade, no Palácio da Cidade.

Durante o discurso em Varginha, Francisco também fez referência aos recentes protestos que ocorreram no Brasil e pediu que os mais ricos e as classes políticas sejam menos egoístas e mais solidários.

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"Nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma", afirmou.

Francisco fez um pedido às autoridades públicas e aos mais ricos. "Queria lançar um apelo a todos que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: não se cansem de trabalhar para um mundo mais justo e solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo," afirmou.

Durante o discurso, o papa disse ser muito bom ser acolhido "com amor, generosidade e alegria na comunidade" e disse que gostaria de entrar em cada casa para tomar um cafezinho, mas não cachaça, provocando risos dos moradores.

Água no feijão

Durante o discurso, o papa, pela primeira vez, fez improvisos. Pelo menos seis vezes ele acrescentou trechos que não estavam na versão oficial. Quando referiu-se à expressão "colocar mais água no feijão", ele dirigiu-se à plateia. "Se pode colocar mais água no feijão? Sempre".

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