• Carregando...
66% dos participantes da pesquisa acham que a atual estrutura do transporte coletivo funciona muito bem | Antonio Costa/Gazeta do Povo
66% dos participantes da pesquisa acham que a atual estrutura do transporte coletivo funciona muito bem| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Símbolo de eficiência a partir dos anos 70, o transporte coletivo de Curitiba segue agradando a maioria dos passageiros. Na opinião de 66% dos participantes da pesquisa, a atual estrutura funciona muito bem.

Administrado pela empresa Urbs, o sistema de transporte da região é composto por dois mil ônibus, que abastecem 395 linhas e ligam Curitiba aos municípios vizinhos.

O engenheiro civil e professor de Engenharia de Tráfego e Segurança de Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Akishino, destaca as principais virtudes do sistema. "O transporte coletivo da cidade está longe do ideal, mas tem méritos, como as estações-tubo, que dispensam o cobrador dos ônibus e dão agilidade ao processo, e a possibilidade de se fazer várias conexões com uma única passagem."

Akishino, entretanto, faz questão de pontuar algumas falhas. "Um transporte eficiente é o que leva o usuário aonde ele quer ir e de forma rápida. Sob esse aspecto, Curitiba está mal. Mesmo os ônibus biarticulados, que andam em canaletas exclusivas, demoram mais do que os carros."

O dinamismo poderia ser aumentado, segundo o professor, com a ampliação das canaletas e o mapeamento das linhas mais utilizadas pelos passageiros, o que tornaria desnecessária a construção de um metrô – projeto conduzido pela Prefeitura de Curitiba.

Trânsito desagrada

A pesquisa aponta uma relação tensa entre quem anda a pé e de carro. Um total de 62% dos entrevistados avaliam que há muitos atropelamentos por falta de cuidado dos pedestres, enquanto 42% dizem concordar parcial ou totalmente que o motorista curitibano respeita os pedestres e os demais motoristas.

No entendimento da psicóloga e coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Iara Picchioni Thielen, esse conflito é gerado por um individualismo de ambas as partes. "Os motoristas esquecem que também são pedestres. Quando estão em um veículo, encaram os transeuntes como sujeitos que não deveriam estar na via. Já o pedestre esquece que tem o direito de atravessar a rua apenas com o semáforo fechado."

Para tornar a relação mais amistosa, a psicóloga defende, além do cumprimento dos preceitos do Código Brasileiro de Trânsito, um exercício de conscientização mútua. "É preciso haver transformação no comportamento das pessoas, para que todos incorporem o sentido coletivo do trânsito. Enquanto as pessoas não entenderam que ele é um espaço democrático, sempre haverá conflitos."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]