
A arma usada para matar o executivo Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi um presente dele para a mulher, Elize Ramos Kitano Matsunaga, 38 anos, que confessou o crime ontem. Segundo a polícia, ela disse em seu depoimento que durou oito horas ter usado uma pistola automática calibre 380. O tiro foi disparado na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição que teria sido descoberta por ela.
A mulher revelou também que a arma não estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia destruir Matsunaga era colecionador de armas. Elize disse que guardou a pistola em uma gaveta do apartamento onde eles moravam, na Vila Leopoldina (zona oeste) a arma já foi apreendida e encaminhada para a perícia.
Após o disparo, que atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o corpo para um quarto do imóvel e aguardado cerca de 10 horas antes de começar a cortar o marido no banheiro da empregada. Os vestígios de sangue foram limpos depois.
Conhecedora de anatomia é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico , ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 cm para cortar os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho, que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos plásticos azuis.
Em seguida, disse que usou três malas para transportar o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, na Grande São Paulo, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o casal frequentava um sítio em Ibiúna, então costumava passar pela estrada no trajeto.
As malas e a faca foram jogadas em outro local, que Elize já indicou para a polícia. O delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP (departamento de homicídios), que investiga o crime, disse que a polícia vai apreender os objetos. "Não houve mentira, o depoimento foi seguro. Os indícios eram muito fortes e foram apresentados para ela. Não acredito que ela esteja acobertando ninguém", disse Carrasco.
Perícia
O delegado afirmou que será feita uma nova perícia no imóvel do casal. Serão aplicados reagentes nos locais indicados no depoimento da mulher. Também será feita uma reconstituição do crime com a presença dela, mas a polícia ainda não sabe a data. "Não tenho dúvidas da autoria e da materialidade e acredito que ela agiu sozinha. Não houve premeditação."
Segundo Carrasco, Elize não disse em seu depoimento se estava arrependida do crime. Ela foi presa na noite de segunda-feira e passou a noite de ontem em um presídio feminino em Itapevi (Grande SP), para onde deve voltar. Segundo a polícia, ela teve a prisão prorrogada pela Justiça por mais 15 dias.



