São Paulo A Polícia Federal desmontou ontem um esquema que, investigado em três operações, causou sonegação fiscal de cerca de R$ 1 bilhão em um ano e meio. Ao todo, foram presas 20 pessoas, entre doleiros, sócios e executivos de grandes empresas e funcionários de três bancos estrangeiros. A operação, intitulada Kaspar II, é uma continuação de duas ações anteriores, chamadas Suíça, do primeiro semestre de 2006, e Kaspar I, deflagrada em abril deste ano.
Segundo o delegado coordenador da operação, Ricardo Andrade Saadi, essas empresas mandavam no mínimo entre R$ 6 milhões a R$ 7 milhões mensais para o exterior por meio de doleiros. O dinheiro era usado, entre outros destinos, para subfaturar importações.
As instituições financeiras envolvidas são as suíças UBS e Clariden Leu e a americana AIG. Entre os clientes que participaram do esquema estão empresas como Le Postiche, Chaves Gold e a loja de móveis Ornare. "É mais de uma dezena de empresas", afirma Saadi.
Entre os presos estão seis doleiros, três funcionários dos bancos e 11 clientes, detidos em quatro estados (São Paulo, Rio, Bahia e Amazonas). Das prisões, uma ocorreu em flagrante a de um doleiro no Rio. Os demais estão presos temporariamente por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Dos mandados de prisão expedidos, dois não foram cumpridos trata-se de um doleiro e um executivo que estão no exterior.
Os crimes praticados são de gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, formação de quadrilha e funcionamento de instituição financeira sem autorização do Banco Central. As penas máximas somadas atingem 40 anos de prisão.
Extermínio
Trinta e quatro pessoas sendo quatro policiais foram presas ontem na Operação Canaã, deflagrada pelas polícias civil e militar de Pernambuco, com a participação de 380 homens, em seis municípios da região metropolitana do Recife. O objetivo da operação, considerada uma das maiores já realizadas no estado, é o de desbaratar grupos de extermínio, roubo e tráfico de drogas. Os policiais um civil e três PMs são suspeitos de repassarem informações sigilosas da polícia às quadrilhas com que estavam envolvidos.



