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Estados com o maior déficit de médicos no país, Maranhão e Amapá apoiam a contratação de profissionais estrangeiros sem a exigência do exame de revalidação do diploma, como propõe o governo federal. O Maranhão, porém, defende que a qualificação dos médicos seja checada de alguma forma pelo estado ou municípios, mesmo que o exame seja dispensado para a entrada no país.

Nesta semana, o Ministério da Saúde anunciou que pretende que médicos espanhóis e portugueses trabalhem em algumas regiões do Brasil sem passarem pelo teste, por um período de três anos – depois disso, teriam de fazer o exame. A proposta, que visa compensar o déficit de profissionais em algumas regiões do país, é alvo de protestos da classe médica, que diz que a medida precariza a assistência à saúde e não garante a ida dos profissionais para as regiões mais carentes.

O governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), favorável à medida, diz que fez concurso público com 97 vagas para médicos atuarem no interior do estado, com salário de R$ 26 mil. Mesmo assim, apenas dois profissionais preencheram os cargos. "O Amapá precisa de médicos. Eles estão vindo de países que têm tradição de boa Medicina e boas universidades. São médicos que vão para lugares aonde os brasileiros não querem ir", afirmou.

O governo do Maranhão, que inaugurou 21 hospitais nos últimos quatro anos, disse que conseguiu atrair médicos de outros estados com bons salários, mas ainda faltam anestesistas e pediatras. O secretário de Saúde, Ricardo Murad, é a favor da vinda de médicos "de todos os lugares". Ele defende, porém, que o estado cheque a qualificação do profissional que irá trabalhar nos hospitais locais.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 1,8 médico por mil habitantes. Esse índice é menor do que em outros países, como a Argentina (3,2 médicos por mil habitantes), Portugal e Espanha (ambos com 4 por mil habitantes). No Maranhão e no Amapá, essas taxas são de 0,58 e 0,76 respectivamente.

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