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Estados que diminuíram ou registraram altas modestas nos investimentos em segurança pública no ano passado têm suas capitais entre as dez com as maiores taxas de assassinatos.

São os casos de Piauí, Mato Grosso, Paraíba e Rio Grande do Norte. Esses Estados tiveram investimentos moderados em segurança – na comparação com outras unidades da federação – mesmo com taxas de violência de suas capitais acima da média.

Os dados de despesas per capita com segurança e mortes violentas integram o 9.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que foi lançado nesta quarta-feira (30).

Conforme o levantamento, as capitais brasileiras registraram um homicídio a cada meia hora no ano passado. Os dados reúnem casos de homicídio doloso (intencional), agressão e roubo seguidos de morte.

Entre os gastos por cidadão com segurança, Piauí é o Estado com a maior queda no país: 37,7% de investimentos a menos em funções como policiamento e serviços de informação e inteligência -de R$ 29,67 por cidadão em 2013 para R$ 18,48 no ano seguinte.

No mesmo período, a capital Teresina pulou da 12ª colocação do ranking das mais violentas para a 6ª e a taxa de crimes intencionais por grupo de 100 mil habitantes. O índice também aumentou: 33,7% -de 39,7 para 53,1.

Também o Mato Grosso reduziu seus gastos no período (queda de 3%), enquanto tiveram aumentos modestos Paraíba (0,3%) e Rio Grande do Norte (4,8%).

No caso desses três Estados, suas quatro capitais – respectivamente Cuiabá, João Pessoa e Natal – já estavam no ranking das dez com as maiores taxas por 100 mil habitantes de assassinatos de 2013 e continuaram na lista do ano passado.

Natal teve taxa de 65,9 mortos em 2014, enquanto em João Pessoa foi de 61,6 e Cuiabá, de 47,4.

Investimento

Mesmo com a crise na economia, os gastos com segurança pública aumentaram 16,6% no ano passado no país. Estados, prefeituras e o governo federal investiram, juntos, R$ 71,2 bilhões no setor em 2014, ante R$ 61,1 bilhões no ano anterior.

Vice-presidente do Fórum Brasileiro, o sociólogo Renato Sérgio de Lima avalia que não necessariamente gastar muito com segurança impacta de forma significativa na queda de mortes.

“A gente está gastando muito para ter níveis de violência que são absurdamente altos. Se não integrarmos as polícias, usarmos a informação com planejamento e dialogar com os moradores, vamos perder recursos, ainda mais em ano de ajuste fiscal”, disse o sociólogo.

O governo do Piauí, em nota, apontou para falta de investimentos pela gestão passada o motivo do aumento dos crimes. O atual governo, diz, tem investido em operações policiais, convocado aprovados em concurso, investido em tecnologia e apoiado projetos sociais.

A prioridade, diz a nota, “é investir em três frentes que são prevenção, tecnologia e social”. De janeiro a agosto deste ano, afirma, houve queda de 25,71% nas vítimas de homicídios dolosos -203 ocorrências este ano em Teresina ante 274 mesmo período de 2014.

Paraíba, segundo nota do governo reeleito de Ricardo Coutinho (PSB), reduziu o número de homicídios em 24% em sua gestão passada e afirma que houve queda de 8% neste ano comparado a 2014. O dado é “fruto de um investimento em pessoal, equipamento e estrutura no aparato da segurança, incluindo inteligência”, diz a nota.

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