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O saldo deixado pelos temporais do fim de semana no Paraná é assustador: quatro mortes, 184 residências atingidas, 25 pontos de alagamento e 316 quedas de árvores. Em Curitiba, os estragos foram ainda maiores: um terço dos domicílios - ou seja, 205 mil casas - ficou sem energia elétrica em 56 bairros.

Somente na capital, 17 equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente passaram a segunda-feira (20) recolhendo restos das cerca de 130 quedas de árvores registradas durante o vendaval. Cerca de 180 toneladas de resíduos vegetais foram retirados das ruas.

Cinco destelhamentos foram comunicados para a Defesa Civil, que atendeu também a dez pontos de alagamentos. Além disso, muitos moradores ficaram sem água tratada e energia elétrica.

Pelo menos 200 cruzamentos apresentaram problemas nos semáforos. Segundo o Batalhão de Trânsito de Curitiba (BPTran), o fim de semana registrou 90 acidentes nas ruas de Curitiba, com 49 feridos e uma morte.

No sábado a tarde, uma árvore e um poste de luz caíram sobre um Fiat Tipo, matando o aposentado Mário Zagonel, de 65 anos, na Rua Desembargador Otávio do Amaral, entre as ruas Saldanha Marinho e Augusto Stelfeld. Outras quatro pessoas – três sobrinhos e a mulher da vítima – que estavam no carro tiveram ferimentos leves. Zagonel morreu na hora. (Leia a matéria completa)

O serviço de Resgate Social de Curitiba fez 450 atendimentos de pessoas que estavam nas ruas da cidade. No sábado (18) foram feitos 216 atendimentos e, no domingo (19), foram atendidas 234 pessoas. Algumas pessoas foram levadas a Unidades de Saúde e outras, para a Central do Resgate Social, no centro da cidade, onde receberam alimentação, roupas secas, banho e dormitório.

"Isso não chega nem a metade dos estragos", explicou o coordenador estadual da Defesa Civil, Eduardo Gomes Pinheiro. Segundo ele, os números referem-se somente às ocorrências registradas.

Sem luz

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou que um terço de toda sua rede de instalações elétricas foi afetada. Ficaram sem luz em algum momento pelo menos 205 mil unidades consumidoras (casas, prédios ou estabelecimentos comerciais) em 56 bairros capital. Dois mil domicílios ainda esperavam, na tarde desta segunda, a volta da energia elétrica. Somando-se à região metropolitana e ao Litoral, mais de 370 mil locais foram afetados.

No momento mais crítico, no fim da tarde domingo, a Copel mobilizou cerca de 200 equipes, incluindo empresas terceirizadas, para tentar normalizar o fornecimento.

Sem água

Cerca de 60 mil pessoas enfrentaram falta de água nesta segunda-feira. O temporal afetou os recalques dos bairros Batel e São Bráz. Sem energia elétrica, não foi possível o bombeamento de água tratada para os bairros Água Verde, Batel, Bigorrilho, Campina do Siqueira, Seminário, Vila Izabel, Butiatuvinha, Cascatinha, Santa Felicidade, Santo Inácio e São Bráz. A situação ocorreu da noite deste domingo até as 8 horas desta segunda-feira.

Segundo a Sanepar, o sistema opera normalmente na manhã desta segunda. No entanto, as partes mais altas dos bairros atingidos, e para os usuários que não possuem reservatório domiciliar, a normalização do abastecimento deveria ocorrer até as 15 horas desta segunda.

82 milímetros de chuva

As chuvas de sábado e domingo, somados os dias, foram duas vezes maior do que toda a chuva registrada no mês de outubro. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, choveu 39 milímetros no sábado, a maior parte no período de apenas uma hora, das 14h às 15h. No domingo, choveu 43 milímetros, a maior parte em apenas duas horas, das 15h às 17. Em todo o mês de outubro choveu 41,2 milímetros.

A chuva concentrada veio acompanhada de ventos de 55 km/h a 80 km/h, capazes de quebrar galhos e derrubar árvores. Somente no domingo, foram atendidas 35 ocorrências relacionadas a alegamentos, nos bairros Cajuru, Bairro Novo e Pinheirinho, a maioria relacionada a galerias pluviais entupidas com lixo.

RMC e Interior

No interior do Paraná também houve estragos. Em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, uma queda de árvore sobre uma residência, na madrugada de domingo, provocou a morte de uma jovem de 13 anos. Segundo informações apuradas no local, ela teria sido a única a não conseguir sair da casa quando a árvore caiu. Um homem também morreu depois de perder o controle do seu carro, entre Siqueira Campos e Wenceslau Braz. O carro aquaplanou num lençol de água sobre a pista da PR-092, capotou e explodiu. Até as 22h30, o motorista não havia sido identificado.

Cerca de 30 casas foram destelhadas em Cascavel, no Oeste. A ocorrência mais grave aconteceu em Juvinópolis, distrito de Cascavel, onde um carro Corsa capotou e resultou na morte de Josemar Martins Braz, 32 anos. Outras quatro pessoas ficaram feridas. Braz morreu no local. Os demais foram encaminhadas à Rede Hospitalar da cidade (Leia matéria completa). Em Foz do Iguaçu, foram registradas três quedas de árvores além da interrupção no fornecimento de energia elétrica.

Na região metropolitana de Curitiba, houve quatro atendimentos envolvendo quedas de árvore e alagamentos em São José dos Pinhais. No município da Lapa, 12 atendimentos entre quedas de árvore e alagamentos foram realizados. Campo Largo teve duas quedas de árvore sobre residências. Em Ortigueira houve oito casas destelhadas. Em Tunas do Paraná, o vendaval danificou 23 residências. Duas ficaram completamente destruídas. Uma pessoa foi levemente ferida. Nos Campos Gerais, 35 casas foram destelhadas segundo levantamentos do Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa.

Meteorologia

Segundo o meteorologista Marcelo Brauer, do Instituto Tecnológico Simepar, a tempestade foi provocada pelo encontro da frente fria com uma massa de ar quente. "Este é um típico fenômeno desta época do ano. Na primavera e no verão sempre há registros de chuvas fortes, com ventos e raios no final da tarde e à noite".

Os riscos de novos temporais devem continuar. "De agora até o final do verão (março) vão ocorrer outras tempestades com chuva forte, ventos, raios e até granizo" diz o meteorologista. (Veja a previsão para esta terça-feira)

Veja depoimentos de alguns moradores na reportagem em vídeo do Paraná TV

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