• Carregando...
Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

A Justiça de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, decretou nesta sexta-feira (26) a prisão preventiva da ex-diretora do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em Ponta Grossa,Elma Nery de Lima Romanó, de 50 anos, e de outras três pessoas detidas durante a "Operação Floresta Negra". A ação policial aconteceu na terça-feira e desarticulou um grupo suspeito de compra e venda de autorizações irregulares para corte e venda de araucárias.

Além da ex-diretora, a justiça decretou prisão preventiva do madeireiro Wilde Wanderley Gomes do Valle, de 45 anos, do engenheiro do IAP, Luiz Cesar Santos, 49, e de Samuel José Freitas de Moura, 25 - funcionário de uma ONG. Também nesta sexta-feira, o advogado de Elma, Dálio Zippin Filho, ingressou com um pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). O advogado da ex-diretora argumenta que a decretação da prisão temporária é desnecessária, uma vez que Elma é funcionária pública e tem residência fixa. "Ela pode perfeitamente responder ao processo em liberdade", comentou Zippin. Na quinta-feira, a ex-diretora prestou depoimento e reafirmou que as denúncias que embasaram a "Operação Floresta Negra" partiram dela.

Das oito pessoas presas, três já estão em liberdade por força da justiça: os madeireiros Trajano Gomes Fernandes, de 48 anos, e Dirceu Lopes Silveira, 58, ambos acusados de comprar madeiras cortadas ilegalmente, além de intermediar a aquisição de permissões; e o engenheiro florestal autônomo Adair Palace Junior, de 43 anos. Ele, segundo as investigações, seria o engenheiro que fazia os projetos "frios" para os fazendeiros. Para pedir uma autorização de corte no IAP é necessário a apresentação de um projeto informando o que acontecerá com a área que será desmatada.

Os três pedidos de suspensão da decretação da prisão temporária foram aceitos pela juíza relatora Lilian Romero, que deve dar um parecer ainda sobre os pedidos de Luiz César Santos, Carlos Galetto e de Wilde Wanderley Gomes do Valle. Dos detidos durante a operação policial, apenas Laerte Ferreira e Samuel Freitas de Moura não ingressaram com habeas-corpus no TJ-PR. O Esquema Segundo o IAP, os funcionários do órgão estariam recebendo propina para liberar licenças de desmatamento e os madeireiros pagavam pela autorização do corte de árvores. Muitas denúncias que chegavam à sede do IAP em Ponta Grossa não eram investigadas. A suspeita é de que os fiscais cobravam para não irem atrás dos crimes ambientais.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a polícia descobriu em 19 fazendas da região o corte ilegal de mais de 36 mil araucárias (27.664 m³). A devastação cometida pela quadrilha teria rendido mais de R$ 8 milhões.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]