Brasília O procurador da República no Distrito Federal, Gustavo Pessanha Velloso, decidiu ontem denunciar à Justiça o ex-ministro da Saúde e candidato ao governo de Pernambuco, Humberto Costa (PT), e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos principais envolvidos no mensalão, por corrupção e formação de quadrilha na máfia dos vampiros, esquema em que empresários e funcionários do Ministério da Saúde compravam medicamentos superfaturados. Tratava-se de remédios que atuam no processo de coagulação do sangue, os hemoderivados.
Pessanha pediu ontem a inclusão de 13 acusados na ação penal que o Ministério Público Federal (MPF) move contra integrantes da máfia dos vampiros. Até agora, 33 suspeitos foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento com a máfia, incluindo os 13 nomes acrescentados ontem.
A inclusão resultou da análise que o Ministério Público fez de transcrições de conversas gravadas pela PF quando investigava a máfia. O acréscimo de nomes à ação penal foi feito, segundo Pessanha, porque os trechos de diálogos agora analisados pelos procuradores não haviam sido entregues ao Ministério Público pela PF por ocasião da denúncia feita contra os vampiros, em 2004.
Pessanha disse que o ex-ministro Humberto Costa tinha envolvimento direto com o esquema criminoso. "Ele participava do esquema, tinha conhecimento dele e dava respaldo aos servidores", afirmou.
De acordo com o procurador, nem Humberto Costa nem Delúbio foram grampeados, mas seus nomes foram mencionados em conversas de outros integrantes do esquema cujas ligações foram interceptadas pela PF.
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