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Corte no orçamento

Exército chama menos recrutas

No ano passado,70 mil jovens foram convocados como soldados iniciantes. Em março deste ano,o número caiu para 43 mil

Recrutas em treinamento no Forte Santana, em Ponta Grossa: serviço militar é visto como oportunidade de crescimento profissional | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Recrutas em treinamento no Forte Santana, em Ponta Grossa: serviço militar é visto como oportunidade de crescimento profissional (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Ponta Grossa - Os quartéis brasileiros estão recebendo menos recrutas neste ano. Com a decisão do governo federal de enxugar o orçamento de alguns ministérios, o Exército sofreu um corte de 30% no total de recursos disponíveis para o ano. A saída foi diminuir o número de recrutas. No ano passado, 70 mil jovens foram convocados como soldados iniciantes. Em março deste ano, o número caiu para 43 mil. Outros 5 mil serão chamados no segundo semestre. Cada recruta recebe R$ 453 mensais, alojamento, alimentação e fardamento por um ano.

No ano passado, 1,6 milhão de jovens que completaram 18 anos se alistaram para cumprir o serviço militar em 2009. Destes, apenas 48 mil foram selecionados, ou seja, cerca de 45% pessoas a menos que a lista de 2008. No Paraná, a queda foi da ordem de 40%. Dos 93,1 mil rapazes que se alistaram, somente 2,6 mil foram incorporados como recrutas. Em 2007, o Exército no Paraná havia chamado 4,2 mil soldados.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, onde está sendo construído o 3º Regimento de Carros de Combate no Forte Santana, estimado em R$ 70 milhões, o comandante, tenente-coronel Piraju Borowski, esperava contar com 140 recrutas, mas o Exército abriu apenas 72 vagas. "O recruta vai tirar serviço no quartel e, para fazer funcionar toda essa estrutura, precisamos muito deles", acrescenta. A obra começou em 2005 e até o fim do ano que vem deverá ser concluída.

Projeto de vida

Embora o alistamento seja obrigatório, a lista de futuros recrutas é engrossada por jovens que veem na carreira militar uma oportunidade de crescimento profissional. "Para muitos jovens de famílias pobres, ser chamado para entrar no Exército é o mesmo que passar num vestibular", comenta o professor aposentado Antonio José França Satyro, fundador do Instituto Educacional 31 de Março, em Ponta Grossa, entidade que defende os ideais militares. Ele critica a redução no orçamento do Exército. "Nesse momento de crise, esses jovens é que precisam dos recursos porque têm dificuldade de encontrar um emprego, de frequentar uma escola. No Exército, muitos jovens têm uma porta aberta para o futuro".

Além da diminuição no número de funcionários, o Exército adotou medidas restritivas no campo operacional, mas nada que afete o funcionamento dos quartéis, conforme a assessoria de Comunicação Social, em Brasília. "Para adequar-se à situação orçamentária, o Exército Brasileiro adota medidas restritivas às ações constantes de seu planejamento, tanto no campo operacional, quanto no administrativo, a fim de garantir, com o menor impacto possível, o cumprimento de sua destinação constitucional. Para se atender a essa realidade, uma das medidas adotadas, e que se mostrou pertinente e eficaz, foi a redução dos efetivos a incorporar", informou a corporação em nota.

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