Como guardar visualmente a imagem de uma pessoa que morreu sem que ela, em vida, tenha tirado uma única foto? No século 19, principalmente na Europa, era comum que, se a fotografia ou a pintura da pessoa não fosse feita em vida, até porque o processo era extramente caro, o trabalho ocorresse quando a pessoa morria, antes do enterro, com direito a produção de cenário e de vestimenta. A esta técnica deu-se o nome de post-mortem. Acredita-se que esse costume tenha começado quando a rainha Vitória (1819-1901), do Reino Unido, pediu para que fotografassem o cadáver de uma pessoa conhecida e, depois, passou a usar a foto na sala de casa ou em porta-joias. Estas raridades estarão expostas curiosamente em uma funerária de Curitiba em homenagem ao Dia de Finados.
A ideia de abrir uma exposição artística com fotografias de pessoas mortas surgiu para mostrar à população as maneiras que existem e existiram no mundo de imortalizar aqueles que morrem, segundo a proprietária do Crematório Vaticano, Mylena Cooper. A exposição acontece no crematório a partir de hoje até 10 de novembro. "Além da exposição das fotos antigas, teremos uma exposição sobre novas maneiras de eternizar o ente querido que morreu, como os diamantes feitos a partir das cinzas", conta Mylena.
A organizadora da exposição, Morgana Cattt, conta que as fotos vieram de colecionadores dos Estados Unidos e todas são autênticas. "É interessante perceber a pose dos mortos: eles aparecem dormindo ou sentados, em posições como se estivessem vivos", explica.
Serviço:
A exposição "A Posteriori" fica aberta até o dia 10 de novembro, das 8 às 18 horas. Endereço: Rua Hugo Simas, a26 Crematório Vaticano. Entrada gratuita.
