Santo Antônio da Platina Cerca de 100 famílias que vivem próximas à encosta do Morro do Sabão, na periferia de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, estão apreensivas com extração de pedra e terra feita por empresas da cidade. Conforme relatos dos moradores, é comum flagrar máquinas fazendo o desbaste do morro e caminhões transportando pedras e terra, que são usadas na construção civil.
A extração já acabou com quase toda cobertura vegetal da área e, segundo o engenheiro civil com especialização em Planejamento Geo-Ambiental Rui Martins Lisboa, parte do morro pode desmoronar. De acordo com o especialista, a falta de cobertura vegetal mesmo que rasteira facilita o desmoronamento com a ocorrência de chuvas. "Se chover com mais intensidade, aquilo tudo pode cair e atingir as casas porque não há nada que sustente a terra, como as raízes", explica. É comum encontrar crianças brincando perto do local.
Os quase 400 moradores da favela, conhecida como Serra Pelada, argumentam que não podem sair. "Temos medo, mas como vamos ficar na rua?", indaga a catadora de papel Helena da Silva Soares, 44 anos, que vive em uma pequena casa com os quatro filhos.
O chefe em exercício do escritório regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), José Mouta, diz não conhecer o problema. Ainda ontem ele solicitaria que uma equipe da Polícia Ambiental e técnicos do órgão vistoriassem a região. "Se for comprovado dano, os responsáveis poderão ser notificados", aponta.
