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Torres de transmissão de Itaipu Binacional: cinco linhas são responsáveis por distribuir 20% da energia do país a partir de Foz do Iguaçu | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Torres de transmissão de Itaipu Binacional: cinco linhas são responsáveis por distribuir 20% da energia do país a partir de Foz do Iguaçu| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Gigante

Vinte e sete anos após a sua inauguração, a hidrelétrica de Itaipu Binacional continua a maior responsável individual pelo abastecimento energético brasileiro. Confira alguns números a respeito da usina:

20% do total da energia elétrica consumida no Brasil vem de Itaipu. No Paraguai a dependência é quase total: 95% da energia do país vizinho é gerada na hidrelétrica binacional.

12% da distribuição de energia elétrica da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) é obtida em Itaipu. Mesmo que a usina esteja em território paranaense, o estado é menos dependente da energia de Itaipu do que a Região Sudeste, por exemplo.

Sistema: a energia gerada por Itaipu é transmitida por um "linhão" da Furnas Centrais Elétricas até o estado de São Paulo. Lá, ela é "misturada" com a energia gerada por outras usinas do Sistema Interligado Nacional e distribuída para todas as regiões brasileiras.

14 mil megawatts é a capacidade de potência instalada de Itaipu. Em 2000, a usina atingiu seu recorde de produção anual, com 93.428 gigawatts-hora (GWh).

Apagão é similar ao maior já registrado no país

O apagão da noite de ontem e da madrugada de hoje, em nove estados e no Distrito Federal, já pode ser considerado um dos maiores da história do Brasil. Na dimensão territorial atingida, se aproxima daquele que é considerado o maior blecaute já registrado no país, que ocorreu em 11 de março de 1999. O apagão de 99 chegou a afetar cerca de 70% do território nacional, em dez estados e no Distrito Federal, além de partes do Paraguai. Cerca de 76 milhões de pessoas ficaram sem luz por pouco mais de cinco horas na virada do dia 11 para o dia 12 de março daquele ano.

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Corte repentino causa apenas oscilação da tensão no PR

Segundo a Copel, o Paraná e os dois outros estados do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sofreram apenas uma "oscilação de tensão", causada por um aumento repentino na carga seguido de uma queda de tensão.

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Especialistas estranharam a falta da entrada em funcionamento de um plano de "backup" da energia na noite de ontem. O "desligamento" de Itaipu deveria causar um apagão por apenas alguns minutos, afirmam eles – tempo suficiente para que as termoelétricas começassem a operar. "Um apagão dessa duração é algo inédito no país. Com esse tempo de queda de energia, as térmicas já deveriam ter entrado em funcionamento", afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Na hora que você desliga Itaipu, outras usinas deveriam suprir essa energia", confirma Luiz Fernando Leoni Vianna, presidente da Associação Brasileira dos Produtores In­­dependentes de Energia Elétrica. Segundo ele, o que pode ter acontecido é que o efeito dominó provocado pela queda da energia tenha sido forte demais. "Itaipu é responsável por 20% do fornecimento de energia do país. É muita coisa. O impacto da queda de Itaipu pode ser muito grande no sistema. Temos que lembrar que Itaipu nunca apagou completamente dessa forma", diz Vianna.

A tese dos especialistas corrobora com a fala do diretor-geral de Itaipu Binacional, Jorge Sa­­mek, que afirmava na noite de ontem que a geração de energia na hidrelétrica já havia retornado ao normal, mas que o problema continuava nas linhas de transmissão. No Paraguai, que depende quase que integralmente de Itaipu, a energia caiu durante 20 minutos, mas logo depois foi restabelecida, segundo informações do jornal ABC Color. No mesmo jornal, um técnico da Ande, a estatal de energia paraguaia, afirmava que a causa do apagão foi um curto-circuito registrado na linha de transmissão de alta tensão na região de São Paulo – o que também explicaria o funcionamento praticamente normal da energia no Paraná.

Para Adriano Pires, o governo precisará tornar mais clara sua política energética. "Esse governo ficava o tempo todo falando que a situação estava tranquila, que as represas estavam cheias, mas pode ter bobeado na operação do sistema. Agora a população deve exigir do governo bastante transparência em relação ao que está acontecendo", afirma.

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