Mesmo com o recente anúncio do governo do estado, que afirma ter havido um aumento de 266% na distribuição de remédios especiais nos últimos três anos, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que dependem de medicamentos para o Mal de Alzheimer e diabete da Farmácia Especial em Curitiba sofrem com o desabastecimento desde o início do mês.
A farmácia, mantida pela 2.ª Regional da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), está sem estoque de insulina e Donepezil 5 e 10 miligramas. É a segunda vez em quatro meses que a regional enfrenta a falta de medicamentos de primeira necessidade.
Segundo Luiz Fernando Ribas, diretor do Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), responsável pela distribuição dos remédios, o atraso na regularização está na burocracia imposta pelo processo licitatório, que escolherá a empresa fornecedora da insulina regular comprada pelo estado. "Já estamos nos trâmites finais e logo estaremos com tudo resolvido", assegura.
A insulina NPH, também em falta na unidade, é repassada pelo governo federal, bem como os medicamentos contra o Mal de Alzheimer. "Em situações de emergência, tentamos emprestar de outros estados, mas nem isso foi possível. A greve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) atrasou tudo", explica o diretor do Cemepar.
A referida greve teve início em fevereiro deste ano e, depois de trazer um prejuízo de cerca de R$ 700 milhões à indústria farmacêutica e problemas graves aos usuários de medicamentos, foi finalizada em 29 de abril.
"A família teve de juntar as economias para poder comprar o remédio da minha mãe. Com o desconto na farmácia ele ficou por R$ 300", conta o administrador Horacílio Volpe Júnior. "É quase um salário mínimo. A gente ainda conseguiu comprar, mas e aqueles que não têm o dinheiro?", questiona. "Até quinta-feira [hoje] a situação deve estar regularizada", prometia ontem Ribas.



