A família ainda espera a liberação do corpo do maringaense
A família do maringaense Oscar Kodama, de 28 anos, morto no domingo (31) no aeroporto internacional de Paris, acredita que ele foi confundido com um traficante de drogas e, por isso, não recebeu tratamento médico adequado. Kodama ia para o Japão e passou mal quando fazia uma conexão em Paris.
O paranaense sofreu de embolia pulmonar, confirmou o Itamaraty nesta quarta-feira (3). A família já havia recebido a informação da polícia francesa na terça-feira (2), mas esperava a confirmação oficial da causa da morte. "Por causa dos efeitos da embolia, como mal-estar e convulsões, achamos que ele pode ter sido tratado pela companhia aérea e pela polícia como um traficante que leva cápsulas de drogas no estômago", disse Gustavo Kodama, irmão de Oscar.
A embolia pulmonar é causada por coágulos que se formam na circulação sanguínea e se desprendem até o pulmão. O fato de uma pessoa passar muito tempo na mesma posição como em um longo vôo de avião, por exemplo pode facilitar a formação dos coágulos.
Kodama embarcou na noite de sexta-feira (29) em Londrina e chegou a Paris no sábado. Lá ele faria uma conexão ao Japão, onde começaria um novo trabalho em uma empreiteira. Ao entrar no vôo da companhia japonesa All Nippon Airways (Ana), Kodama começou a passar mal e vomitou.
O paranaense então foi levado para o serviço médico do aeroporto, onde passou a noite de sábado. Tentou embarcar novamente no domingo, mas passou mal outra vez e, como os funcionários da Ana teriam considerado seu comportamento inadequado, chamaram a polícia, disse o jornal. Após ser algemado e interrogado, ele teria sido enviado para um hospital em Paris, onde já teria chegado sem vida. Seus parentes só foram informados na segunda-feira.
A família acha que pode ter havido negligência. "Antes de oferecer atenção médica ao meu irmão, eles o levaram para ser interrogado. E quando ele chegou ao hospital, era tarde", desabafou Gustavo. Ele disse que a principal preocupação da família, no momento, é liberar o corpo para trazê-lo de volta ao Brasil. "Nos disseram que isso pode demorar muito. Depois, pensaremos em fazer justiça". Vagner, o irmão mais velho, irá a Paris cuidar da liberação.
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