Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Morte a espera de leito

Família de bebê morto na UPA do Boa Vista organiza protesto

Entre outras reivindicações, eles pedem mais leitos de UTI, além de liberação do medicamento para combater doenças em prematuros

A família do menino Davi Luccas Alves, que morreu após seis horas de espera por uma vaga em leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Curitiba na última sexta-feira (16), organiza um protesto em Curitiba para o próximo sábado (24). Com isso, eles pretendem reivindicar melhorias na saúde pública, bem como mais leitos em hospitais e a liberação do medicamento palivizumabe, indicado para crianças prematuras com os problemas apresentados por Davi.

O menino faleceu em decorrência do agravamento de seu estado de saúde na madrugada de sexta-feira. Ele era prematuro e desenvolveu uma doença chamada bronquiolite viral.

O protesto deve se repetir em Londrina. Na cidade do Norte do Paraná, o movimento pedindo o medicamento já tinha força antes da morte da criança, pois é organizado pela mãe de um bebê de quatro meses que teve a mesma doença de Davi, precisou do medicamento, mas obteve a dose do palivizumabe apenas depois de uma decisão da Justiça Federal - a criança, porém, sobreviveu à doença. As famílias reclamam da demora na liberação deste medicamento, que poderia, no caso de Davi e do bebê de Londrina, minimizado as consequências da doença.

Reivindicações

Em Curitiba, o protesto é liderado pelo primo de Davi, Micael Lacerda Cruz. Ele explica que serão quatro pontos de reivindicação: a aplicação imediata do medicamento palivizumabe para os nascidos prematuros; revisão no número de leitos de UTI em Curitiba e Região Metropolitana; pedido de exoneração do superintendente de gestão de saúde da prefeitura de Curitiba, Alan Cesar Diório; e aprovação na Assembleia Legislativa de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do deputado Paranhos (PSC) que estabelece a garantia de leitos particulares em UTIs na falta de leitos do Sistema único de Saúde (SUS).

A família acredita que a falta de leitos de UTI e a ausência do medicamento, indicado para crianças prematuras e que evita o desenvolvimento de doenças como a bronquiolite viral adquirida por Davi, sejam fatores que provocaram a morte do bebê. Sobre o superintendente da secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, segundo Cruz, ele teria mostrado "desconhecimento sobre o caso da morte de Davi", ao falar que a UPA do Boa Vista estaria equipada para o atendimento.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital disse que a criança foi encaminhada para a UPA do Boa Vista pois era o local indicado, na falta de um hospital, para que o estado de saúde do menino fosse estabilizado e mantém a posição de que havia equipamentos necessários para o atendimento adequado. O órgão ainda informou que iniciou ontem uma sindicância para apurar as responsabilidades pela morte do bebê.

A manifestação em Curitiba está marcada para começar na Praça Santos Andrade e em Londrina os manifestantes vão se reunir no Aterro do Lago Igapó. Ambos os movimentos vão começar às 10 horas.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.