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A família de uma estudante universitária de Cascavel está em busca de uma vaga em um hospital que possa tratar adequadamente uma enfermidade rara apresentada pela jovem. Fernanda Beatriz Gallina Araújo, que completa 19 anos nesta terça-feira (14), tem uma doença chamada Síndrome de Stevens-Johnson e está internada desde a última sexta (10), no município do Oeste do Paraná. A enfermidade é uma espécie de alergia forte que pode ser provocada por vários fatores, entre eles infecções por vírus, fungos, bactérias, vacinas ou em decorrência do uso de alguns tipos de medicamentos. A pele da pessoa que desenvolve a síndrome fica semelhante a de uma pessoa que teve queimaduras. O técnico em manutenção José Carlos Calin Junior, tio de Fernanda, diz que o diagnóstico correto da doença foi feito apenas no último domingo (12). Até então, pela raridade da doença, havia sido cogitada a possibilidade de a jovem estar com diversas outras patologias, como dengue, sarampo e difteria.

Na tarde desta terça-feira (14), o Hospital Doutor Lima, onde Fernanda está internada desde sexta (10), confirmou que o estado de saúde da jovem é delicado. Ela precisa de cuidados especiais e será transferida para o Hospital Universitário de Cascavel nesta quarta (15), a pedido da família, que deseja continuar o tratamento de Fernanda em um leito do Sistema Único de Saúde.

Embora a família reivindique uma vaga em Curitiba, no Hospital Evangélico, que é referência no tratamento de queimados, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou, via assessoria, que o estado de saúde de Fernanda não é grave. A informação é de que ela pode ser tratada em uma instituição de média complexidade, e que a transferência dela está sendo tratada pela Central de Vagas do Paraná.

O Hospital Evangélico, via assessoria de imprensa, confirmou que a própria família entrou em contato com a entidade. A instituição informou que não tem vagas disponíveis no momento, mas que vai comunicar a família da disponibilidade de leito assim que houver um à disposição.

Família vive angústia

Calin Junior mora em Curitiba e esteve em Cascavel no fim de semana. Ele diz que Fernanda começou a ter dor nos olhos na quinta-feira (9) à noite. Ela estava na faculdade e ligou para os pais irem buscá-la. Já na sexta-feira (10) pela manhã, ela piorou e passou a ter dores de cabeça, o que motivou a primeira ida ao médico. Nesta consulta o diagnóstico foi uma virose.

Chegando em casa, conforme o tio da jovem, ela passou mal e teve de ser novamente levada ao hospital, onde foi internada. "Exames foram feitos por uma suspeita de dengue. Depois, cogitou-se a possibilidade de ela estar com sarampo e, mais tarde, difteria. Sábado à noite minha esposa dormiu com ela no hospital e quando cheguei lá no domingo de manhã ela estava totalmente diferente, com a pele cheia de bolhas", disse Junior.

Foi então que uma infectologista esteve no local e constatou que se tratava da Síndrome de Stevens-Johnson. A partir de então, a família começou a buscar por conta própria uma vaga na ala de queimados do Hospital Evangélico de Curitiba, já que o tratamento da doença consiste, além da administração de medicamentos específicos, em colocação de pele nos locais das lesões que parecem queimaduras.

A Central de Vagas do Paraná, que administra as transferências de pacientes, ofereceu uma vaga pelo SUS em Ponta Grossa, inicialmente. Mais tarde, houve a confirmação da vaga em Cascavel, que será ocupada por Fernanda a partir desta quarta. A família reclama que o hospital de Cascavel não é referência para o tratamento de queimados, mas a Sesa diz que o caso pode ser tratado em um hospital de média complexidade.

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