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Atropelamento

Família de jovem morta pede fim de rachas

“Bobódromo” de Cascavel: PM defende proibição da venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis | César Machado/ValePress
“Bobódromo” de Cascavel: PM defende proibição da venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis (Foto: César Machado/ValePress)

CASCAVEL - Revolta de parentes e amigos marcou o velório de Daiane da Silva Braz, de 20 anos, morta domingo à noite em Cascavel, após ser atropelada por um motociclista que, segundo testemunhas, disputava um "racha" com outro motoqueiro. "É preciso acabar com isso. Hoje foi a Daiane, amanhã vai ser outra pesso", desabafou Simone Caldas, de 27 anos, irmã da vítima.

O acidente ocorreu às 20h50, na Avenida Brasil, centro da cidade. Daiane estava com duas amigas, Jaqueline Martins, 19, e Valéria de Jesus, 31. As três foram atropeladas pela moto pilotada por Marcelo Deller, de 23 anos. Todos ficaram feridos e foram levados para os hospitais Nossa Senhora da Salete e Universitário, inclusive a passageira da moto, Marilda de Morais, 24. Daiane morreu ao dar entrada no HU. Segundo a Polícia Militar, testemunhas afirmaram que o outro motoqueiro envolvido no suposto racha teria fugid.

Bobódromo

A própria Polícia Militar pede providências das autoridades para acabar com o "bobódromo", como foi batizado o local onde jovens se reúnem nos fins de semana para consumir bebidas alcoólicas e fazer manobras e rachas com carros e motos. Em Cascavel esses pontos de encontro são localizados sempre em frente de postos de combustíveis.

"Esses postos deveriam ser proibidos de vender bebidas alcoólicas", diz o capitão Rovane Venturin, da Polícia Militar. Ele conta que a PM tem um carro exclusivo para atender esse tipo de ocorrência. "Eles (jovens) perturbam o sossego, bebem exageradamente e provocam acidentes como esse." No domingo, policiais já haviam sido chamados para ir ao local. "Passamos por lá e orientamos para que fossem embora, acabassem com o barulho, mas não adiantou", explica o capitão.

Inquérito

A Polícia Civil vai abrir inquérito para apurar o caso e Deller deve responder por homicídio culposo, sem intenção de matar. Mas, segundo o escrivão da 15ª SDP, Reinaldo Bernardin, se nas investigações for comprovado que o motoqueiro estaria participando de racha, o inquérito pode ser por dolo eventual, ou seja, quando o indiciado teria conhecimento dos riscos.

Ainda segundo a Polícia Civil, o motociclista não foi encaminhado para a delegacia de Polícia após o acidente. "Provavelmente ele foi liberado após ser atendido no hospital", diz o escrivão. A PM também não sabe informar se Deller estaria alcoolizado. "Quando o envolvido está ferido, não é feito o teste de ba-fômetro", explica o capitão Venturin. "Cabe ao hospital fazer o exame de teor alcoólico. O problema desses exames é que eles não ficam prontos na hora e isso prejudica a caracterização do flagrante."

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