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O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, foi preso na tarde desta sexta-feira (26) pela Polícia Federal (PF), em sua casa em Altamira (PA). A prisão preventiva, ordenada pelo juiz federal Antonio Carlos de Almeida Campelo, foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF), após a descoberta de que ele estava novamente tentando tomar posse do lote 55, em Anapu (PA).

Segundo a Procuradoria da República do Pará, trata-se de uma área de três mil hectares, que foi grilada por ele no final dos anos 1990 e pela qual um grave conflito fundiário se instalou, culminando com a morte da freira, em 2005.

Dessa vez, as acusações são de grilagem e estelionato. "Desde a absolvição, as autoridades que acompanham o caso já temiam que recomeçassem as pressões sobre os assentados. A atitude de Galvão, de voltar ao local do crime e mais uma vez se dizer proprietário das terras públicas exige a intervenção imediata do Judiciário", disse o procurador da República Alan Mansur Silva.

Prisão anterior

Ainda de acordo com a procuradoria, o fazendeiro chegou a ficar preso durante mais de um ano, mas foi solto em 2006 por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), aguardando o julgamento em liberdade até o momento.

"O compromisso do MPF com a população de Anapu é garantir que os grileiros nunca mais se aproximem das terras públicas, que são posse legítima dos trabalhadores rurais. É preciso máximo rigor com os conflitos fundiários, porque são a causa de tragédias como a morte da irmã Dorothy", declarou Felício Pontes Júnior, procurador da República.

Crime

Segundo a procuradoria, após a prisão do fazendeiro, o inquérito da PF que investiga a grilagem pode originar um processo criminal do MPF contra Galvão. Ele pode ficar preso até o fim desse processo.

Além da acusação pela morte de Dorothy Stang, o fazendeiro já responde a outras ações judiciais, por trabalho escravo, crimes ambientais e fraudes contra a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

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