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Diversão

Fechado, Parque Alvorada agoniza

Mesmo sem permissão, pedalinhos no lago do Barigüi ainda funcionam. Urbs aguarda decisão da Justiça para dar um destino à área

Cadeiras amarradas ao Chapéu Mexicano: tentativa de evitar acidentes | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Cadeiras amarradas ao Chapéu Mexicano: tentativa de evitar acidentes (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Apesar de a Justiça ter determinado o fechamento do Parque Alvorada no ano passado, após ele ter sido interditado quatro vezes por problemas de manutenção, os pedalinhos continuam sendo usados no lago do Parque Barigüi. Os brinquedos motorizados, como carrossel, trem fantasma e carrinho de bate-bate, estão fora de funcionamento, mas continuam no local e mesmo desligados e enferrujados têm sido usados por crianças que, ao brincar, correm riscos de acidentes.

Segundo Jorge Castro, engenheiro da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis, órgão da prefeitura da Curitiba, os brinquedos foram interditados pelos riscos elétricos, mecânicos e estruturais. Na época das avaliações, diz, os pedalinhos não estavam no local. "Mas eles não entrariam na análise, pois os equipamentos em si não apresentam riscos", afirma.

O Alvorada é o mais antigo parque de diversões da cidade e foi fechado em outubro do ano passado, por determinação da 2ª Vara da Fazenda Pública. Após a decisão, a Urbanização Curitiba S/A (Urbs), que administra os contratos de espaços comerciais do município, revogou a permissão de uso do parque e, sem acordo com o proprietário, entrou na Justiça para que os brinquedos fossem retirados do local. O diretor de desenvolvimento da Urbs, Clodualdo Pinheiro Junior, diz por meio da assessoria de imprensa que, em relação ao uso dos pedalinhos, nenhuma medida deve ser tomada pela empresa, que vai aguardar as providências judiciais.

Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto, a prefeitura não definiu o destino da área. "Pensamos em criar um espaço para exposições ao ar livre ou uma área com brinquedos que não sejam motorizados, dedicada à educação ambiental", afirma. O empresário Milton França, proprietário do Alvorada, não quis conceder entrevista alegando problemas de saúde, nem permitiu que seu advogado falasse.

Abandono

Durante a semana, o Alvorada, que já chegou a atender 4 mil pessoas por dia, é um parque fantasma. A única presença constante é de uma senhora que se dedica a limpar os brinquedos. Lúcia Lima do Amaral, 58 anos, é funcionária do parque desde a abertura. Ela lembra que já houve mais de 30 funcionários trabalhando no parque. Hoje, ela, o marido e um vigia se revezam para cuidar do local e ganhar algum dinheiro com os requisitados pedalinhos. Vez ou outra, pessoas percorrem os corredores entre os brinquedos. A professora aposentada Maria Izabel Lietzger, 61 anos, lamenta o fim do parque ao qual, por muitos anos, levou os filhos e netos. "Cresceram aqui. Todos os dias vejo o parque abandonado e fico decepcionada. É uma pena que essas crianças não tenham a alegria de poder aproveitar isto aqui", diz.

Crianças como Emanuele, 6 anos. Sua mãe, a estudante Luciane Gulinoski, 28, levou a filha para brincar. Não sabia da desativação. "Estou sabendo agora que você me contou, pensei que estivesse só fechado e estávamos esperando abrir para ela brincar", conta. Todos os dias crianças chegam ao parque esperando pela diversão dos brinquedos. Segundo Lúcia, às vezes os pais colocam as crianças nos brinquedos, mesmo desligados. Para evitar acidentes, os funcionários tomaram medidas como amarrar a maria-fumaça no trilho e pregar as portas do trem-fantasma.

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Interatividade

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