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Cultura

Festival reúne artistas circenses de todo o país

Durante cinco dias, Campo Mourão virou a capital do circo no Brasil. Evento promove oficinas, palestras e apresentações públicas

Artistas desfilaram para o público ontem: festival nasceu do circo-escola da cidade | Carlos Ohara/ Gazeta do Povo
Artistas desfilaram para o público ontem: festival nasceu do circo-escola da cidade (Foto: Carlos Ohara/ Gazeta do Povo)

Trupes circenses de vários estados do país estão no Paraná para participar do 5.º Festival de Circo de Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado, que termina amanhã. Durante cinco dias, 130 artistas de circo-escolas participaram de oficinas e palestras, e se revezaram em apresentações ao público em uma lona instalada na praça central da cidade. Ontem, a população assistiu a um desfile dos artistas.

Os participantes são considerados a elite da arte circense do país. Um exemplo é a presença de Marco Antônio Coelho Bortoleto, chefe do Departamento de Educação Física e Humanidades da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ministrou uma oficina para artistas do encontro. Especialista no estudo da arte circense, Bortoleto é autor de vários livros sobre o conceito de circo-escola e seu uso pedagógico em salas de aula, como fator de concentração e bem-estar físico, além de relacionar as atividades circenses como disciplina de educação física.

Clown e acrobata, o artista Marcos Casuo também está na cidade para ministrar a oficina "A arte do Clown". Em sua carreira, Casuo já apresentou um dos principais números de trapézio do Circo Popular do Brasil, dirigido pelo ator Marcos Frota. Em 2001, ele foi contratado para integrar a trupe do Circe du Soleil, inicialmente se apresentando no trapézio e na sequência como palhaço. No espetáculo "Alegria", que passou por Curitiba em 2007, Casuo foi responsável pela criação de diversos números e passou a figurar entre os 10 melhores clowns do mundo.

Profissão

Já o cubano Alexis Gon­­zales, formado pela Escola Nacional de Circo de Cuba e professor da Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro, únicas do setor na América Latina, participa do festival pela segunda vez. Declarando-se apaixonado pela arte circense, Gonzales lamenta que a profissão ainda tenha pouco espaço no Brasil. "Os circos tradicionais não pagam muito bem e os artistas vivem de números ocasionais", diz.

O festival nasceu a partir da Escola de Circo de Campo Mourão. Inicialmente um projeto de socialização da Secretaria Municipal de Cultura até 2002, o circo-escola ganhou escala com a participação aberta à comunidade. Anualmente, cerca de 250 pessoas, com idade inicial de 4 anos, frequentam as aulas voltadas principalmente para acrobacias aéreas e de solo.

As aulas são ministradas por quatro professores formados pela própria escola. Os alunos pagam mensalmente R$ 25 por três horas de aulas semanais. "Começamos com uma lona itinerante e hoje temos um espaço, custeado pela prefeitura que também auxilia em viagens dos grupos", diz Leonice Perassoli, coordenadora da escola circense de Campo Mourão.

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