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Neste sábado (28), dia em que a Polícia Civil do Distrito Federal acredita ter completado um ano do homicídio do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, da sua esposa e da empregada da casa, a filha do casal, Adriana Villela, retornou à cena do crime. Os três foram encontrados mortos no dia 31 de agosto de 2009.

Presa desde o último dia 16 de agosto suspeita de obstruir as investigações, Adriana foi levada ao apartamento onde os pais moravam na Asa Sul, região nobre de Brasília. Ela permaneceu no local com por cerca de 3 horas na noite deste sábado, enquanto a polícia realizava exames no local.

Adriana estava com o advogado, Rodrigo Alencastro, que acompanhou os exames feitos pela polícia. A filha do ex-ministro chegou algemada em um carro da polícia, mas durante o tempo em que permaneceu dentro do apartamento dos pais ficou com as mãos livres. Segundo o advogado, antes de a perícia ser iniciada, Adriana pode conversar rapidamente com a filha, Carolina, além do irmão e de duas tias que acompanharam o início dos trabalhos da polícia. Segundo Alencastro, os familiares estavam bastante abalados. Carolina é uma das que alega que Adriana é inocente.

"Tentaram submeter a família a uma situação humilhante. Foi uma humilhação sem precedentes. Tentaram reproduzir o clima e o ambiente de um ano atrás. Não sou perito, mas é absolutamente difícil que essa situação se reproduza", alega o advogado.

Segundo Alencastro, Adriana não chorou durante o período em que eram realizados os exames. A polícia não fala sobre o inquérito, que tramita sob sigilo, mas o advogado afirmou que o exame seria para constatar a presença de impressões digitais de Adriana que teriam sido encontradas no apartamento onde aconteceu o triplo homicídio. O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, Maria Carvalho, e a empregada do casal Francisca Nascimento da Silva foram encontrados mortos com 71 facadas.

"É comum isso [digitais]. Era o apartamento dos pais dela. Eu não vejo qual a finalidade deste exame", reclamou Alencastro.

Prisão

Adriana está detida desde o último dia 16 no Presídio Feminino do Distrito Federal, no Gama, acusada de obstruir as investigações sobre a morte de seus pais e da empregada do casal. Há suspeitas de que Adriana não tivesse um bom relacionamento com os pais, especialmente com a mãe, o que o advogado nega.Ela está abalada. Ela está indignada e revoltada com essa acusação absurda"Rodrigo Alencastro, advogado

" Absolutamente incompreensíveis as suspeitas que pesam sobre a Adriana. Ela tinha meros e eventuais desentendimentos com a mãe [Maria Carvalho], coisa normal. Uma demonstração de que a relação dela com a mãe era normal é o apoio que a Adriana tem da família, da filha. Ela sempre colaborou com os atos da investigação a todo o momento. Ela está sofrendo muito com essa injustiça", disse.

Segundo o advogado, uma das partes do exame que mais abalou Adriana foi quando ela foi ao escritório do ex-ministro. Lá, Adriana pediu para levar um livro para ler na prisão, o que foi negado pela polícia. O livro que Adriana queria era "Olga", de Fernando Morais. Alencastro afirma que desde que foi presa, Adriana se mostra "abatida". Dentro da cela, ela não tem acesso a jornais nem revista.

"Ela está abalada. Ela está indignada e revoltada com essa acusação absurda", afirma Alencastro.

O advogado ainda afirmou que a presença da filha no ex-ministro durante o exame da polícia foi negociado com a própria Adriana. Na próxima quinta-feira (2), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal deve julgar o mérito do pedido de habeas corpus que pede a liberação de Adriana. A Justiça já negou o pedido de liberdade.

"Foi a própria Adriana quem concordou em fazer o exame. Não fazer poderia prejudicar a análise do habeas corpus, que está prevista para quinta-feira", disse o advogado.

A filha do ex-ministro é a única dos cincos presos por suspeitas de obstruir as investigações do caso que ainda está presa. Além dela, a polícia havia pedido a prisão temporária da vidente Rosa Maria Jacques e o marido dela, João Tocheto, do policial civil José Augusto Alves e da ex-emprega da família do ministro Guiomar Barbosa. Todos já foram liberados.

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