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Curitiba

Fiscalização faz cartão de uma hora do EstaR valer até 2h30

A placa do EstaR (Estacionamento Regulamentado) diz que não pode. Mas na prática pode. Pela lei, o motorista curitibano tem de preencher o cartão do EstaR se for estacionar o carro até as 19 horas. Caso contrário, será multado. Mas é só perguntar para qualquer flanelinha que vende os cartões de estacionamento nas ruas sobre o horário em que a fiscalização vai embora. A resposta será sempre a mesma: "Depois das 6 [da tarde], tá liberado". E olhe lá. Há pontos em que um cartão de uma hora rende mais de 2h30.

Muitos curitibanos já perceberam a ausência dos fiscais do EstaR no fim da tarde e início da noite. "Depois das 18 horas eu não coloco o cartão. Geralmente após este horário não tem mais fiscalização", diz coordenador de marketing Sinvaldo Costa Filho. "Só existe fiscalização enquanto é dia. Depois que escurece, elas [as fiscais] vão embora", acrescenta o vendedor Igor dos Santos.

A Gazeta do Povo testou o sistema de EstaR na semana passada. Em três pontos distintos da cidade, no fim da tarde e início da noite, a reportagem observou a freqüência em que as agentes passavam pelo local para verificar se os veículos haviam preenchido o cartão. Em nenhuma das ocasiões houve fiscalização após as 18 horas (veja infográfico). A maioria dos motoristas que estacionaram nos quarteirões avaliados após esse horário não se deu ao trabalho de preencher o EstaR.

O mais grave, porém, foi a constatação de que, em alguns pontos, é possível ficar muito mais do que uma hora estacionado sem cartão e sem que fiscalização incomode – o que acaba desvirtuando o objetivo do EstaR, que é garantir a rotatividade das vagas. Na experiência realizada na Rua Nilo Cairo, por exemplo, a reportagem chegou ao local às 16h25. Até as 19 horas não passou nenhum fiscal. Nos outros dois testes, o tempo mínimo entre a passagem do fiscal e seu retorno ao ponto foi de uma hora. A Diretran, porém, trabalha com a meta de que o agente do EstaR deve terminar de percorrer todo o itinerário de fiscalização, voltando ao ponto de início, em no máximo 30 minutos.

A reportagem da Gazeta do Povo também flagrou, por duas ocasiões, na terça e na quinta-feira, diversos agentes do EstaR chegando à rodoferroviária, sede da Diretran, para bater o cartão de saída do trabalho no período entre as 17h30 e as 18 horas, o que comprova que a fiscalização termina antes do tempo especificado nas placas de rua.

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