
Dar voz a rapazes e garotas para que eles expressem seus anseios, medos e expectativas em relação ao seu futuro e à sociedade que os cerca. Esse é o objetivo do Fórum de Juventudes que ocorre hoje em Curitiba com o tema "Juventude, sociedade e participação". O evento trará à tona debates sobre tribos urbanas, drogas, trabalho, cultura da paz, novas expressões de sexualidade e afetividades, entre outros temas.
A série de 37 fóruns em 21 cidades de todo o Brasil foi idealizada a partir de uma pesquisa organizada pelo Grupo Marista que ouviu cerca de 11,5 mil jovens das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. "Optamos por conhecer melhor os jovens com quem trabalhamos para encontrar subsídios para potencializar o diálogo com eles. Queríamos abrir um canal para que os jovens falassem deles mesmos", explica Marilúcia Resende, coordenadora do fórum.
Embora tenham sido consultados apenas jovens ligados ao Marista estudantes de escolas públicas e particulares entre 13 e 18 anos de idade , Marilúcia defende que o resultado obtido vai ao encontro de outras pesquisas e pode ser discutido e comparado com jovens que vivem outras realidades. "A nossa intenção dom o fórum é dialogar com outros jovens, de outras esferas da sociedade", afirma a coordenadora.
A expectativa dos organizadores é de que cerca de 200 pessoas participem do evento. Entre os especialistas convidados para mediar e estimular o debate entre os jovens estão Thiago Bagatin, educador do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos; Lizely Roberta Borges, assessora de mobilização e articulação comunitária; e Rafaelly Wiest, presidente do Grupo Dignidade.
Pesquisa
Entre os dados da pesquisa que mais chamaram a atenção dos organizadores está o tempo dedicado ao estudo fora da sala de aula. Enquanto os alunos da rede pública de ensino dizem reservar duas horas semanais, em média, para ler e estudar, os estudantes de escolas particulares separam quatro horas. Por outro lado, o tempo médio dispensado para a internet chega a 8 horas semanais, sendo que 80,5% dele é usado em redes sociais e programas de mensagem instantânea.
"Outro dado interessante é que 48% dos jovens de escolas particulares fazem algum curso de idioma, o que é feito por apelas 7% dos alunos de escolas públicas", compara Marilúcia. A projeção de futuro também é um aspecto que chama a atenção no estudo. Entre os entrevistados, 26,3% não têm qualquer plano para o futuro, enquanto 35,6% pensam em projetos a médio e longo prazos.



