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Desastre aéreo

França decide resgatar todos os corpos do voo 447

As condições a quase 4 mil metros de profundidade favorecem a preservação dos corpos |
As condições a quase 4 mil metros de profundidade favorecem a preservação dos corpos (Foto: )

A Gendarmerie National, a polícia militar da França, anunciou ontem, em Paris, que decidiu resgatar todos os corpos de vítimas do voo AF-447, acidentado no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009. A opção por trazer os passageiros e tripulantes à superfície foi tomada depois que um segundo corpo foi recuperado ontem, "com toda dignidade", segundo os policiais. Para os trabalhos, 12 especialistas serão enviados nos próximos dias a bordo do navio Ile de Sein, onde está a equipe de busca.

A decisão foi informada em nota oficial. "As equipes do Insti­tuto de Pesquisa Criminal da Gen­darmerie Nationale e da Gendar­merie dos Transportes Aéreos da­­qui para a frente vão ser reforçadas quando da substituição da tripulação, prevista para 20 de maio", diz a nota. "Uma dúzia de especialistas da Gendarmerie procederá, então, durante cerca de 15 dias, o resgate de todos os corpos e objetos pessoais que poderão ser recuperados."

O resgate do primeiro corpo a 3,6 mil metros de profundidade foi feito na quinta-feira. Ontem, outro corpo, que ainda estava afivelado ao assento da aeronave, foi içado à su­­perfície. Alguns objetos que estão no fundo do mar também po­­derão ser trazidos à tona. "Estas operações foram realizadas com toda a dignidade, em condições difíceis", informa a nota.

Os restos mortais passarão por coleta de amostras de DNA, na esperança de que possam ser identificadas por exames laboratoriais – a polícia francesa diz ainda não ter certeza de que será bem sucedida na iniciativa. As amostras serão transportadas, junto com as duas caixas-pretas da aeronave, já localizadas, à cidade de Caiena, na Guia­na Francesa, e então a Paris.As autoridades francesas tratam o assunto com o maior cuidado porque o resgate dos corpos gera controvérsia entre as famílias de vítimas, tanto na França quanto no Brasil. Al­­guns parentes informaram que não gostariam que os corpos fossem resgatados. A decisão de realizar o resgate foi tomada pe­­la juíza de instrução Sylvie Zim­­merman, do Minis­tério Público de Paris. Ela entendeu que os restos mortais são peças no processo judicial sobre a queda do Airbus A-330-200, no qual a Air France, companhia à qual o avião pertencia, e a Airbus, fa­­bri­­cante da aeronave, respondem por "homicídio culposo" – não intencional. Todos os pas­­sageiros e a tripulação da aeronave – 228 pessoas – morreram no acidente.

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