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Acidente Aéreo

França não sabe se poderá resgatar corpos do voo 447

Expedição, que começa na semana que vem, dará prioridade ao içamento de componentes que possam explicar as causas da queda do Airbus da Air France

Imagem do trem de pouso feito por um robô -submarino no início do mês: peças serão prioridade | Reuters
Imagem do trem de pouso feito por um robô -submarino no início do mês: peças serão prioridade (Foto: Reuters)

A operação de resgate dos destroços do voo AF-447 pode não resultar na recuperação dos corpos de passageiros e tripulantes que morreram no acidente. A informação foi confirmada ontem pela Secretaria dos Transportes da França. A dúvida reside no temor de que os restos mortais não resistam à tentativa de içamento, que será feita por robôs-submarinos e cabos.

Na última segunda-feira, a secretaria havia informado que a ênfase dos trabalhos de resgate no Oceano Atlântico seria dada às peças do avião. "A prioridade será dada à investigação técnica e, se forem encontradas, à repescagem dos gravadores de voo", informou o órgão, em nota oficial.

Segundo o órgão francês, há dúvidas sobre a capacidade das máquinas de efetuar com sucesso a operação de resgate dos restos mortais. "Vamos tentar recuperar os corpos, mas ainda não sabemos se será possível fazê-lo, porque não sabemos como eles reagirão ao içamento", informou uma porta-voz da secretaria, que tentou adaptar o conteúdo do comunicado da segunda-feira: "Na verdade, não há prioridade".

De acordo com a secretaria, a tripulação do navio Ile-de-Sein fa­­rá a operação técnica, a respeito das causas do acidente, sob o co­­mando do Escritório de Inves­­tiga­ção e Análise (BEA), responsável por apurar as causas do acidente. Paralelamente, os peritos tentarão recuperar os corpos, uma questão atrelada à investigação jurídica, comandada pela Justiça da França.

O trabalho de trazer à superfície os destroços do Airbus A-330-200 que realizava a rota Rio-Paris entre 31 de maio e 1.º de junho de 2009 será realizada pela tripulação do Ile-de-Sein, barco de propriedade das companhias Alcatel-Lucent e Louis Dreyfus Armateurs, com a ajuda de um robô-submarino ROV (Remotely Operated Vehi­­cle), este pertencente a uma companhia americana, a Phoenix International. A operação terá início com a partida do navio da ilha de Cabo Verde no próximo dia 21. Sua chegada ao local do acidente está prevista para 26 de abril.

Gravadores

Além das caixas-pretas, os experts do BEA vão se concentrar na busca dos calculadores e dos gravadores de manutenção, entre outras peças que podem explicar o acidente. A mesma embarcação foi usada em 2004, recuperando no mar as caixas-pretas do voo Flash Airlines FSH 604, em Charm el-Cheikh, no Egito. "O Ile-de-Sein é ideal para este tipo de missão de busca e recuperação de destroços", afirmou o grupo, em nota oficial. "Alcatel-Lucent e Louis Dreyfus Armateurs desenvolveram uma larga experiência na recuperação de destroços."

Estima-se que o tempo de trabalho do Ile-de-Sein no Atlântico possa se estender por dois meses, em uma operação com custo total próximo de 5 milhões de euros, desta vez financiada pelo governo francês, sem participação da Air France e da Airbus.

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