Fuga de presas evidencia precariedade de carceragem em Curitiba

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Atualizada em 20/09/2006 às 18h15

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná visitaram, nesta quarta-feira (20), as instalações da carceragem do 9.º Distrito Policial de Curitiba, onde 33 presas fugiram nesta semana.

De acordo com nota do órgão, a fuga trouxe "à tona os graves problemas enfrentados nas delegacias superlotadas da cidade". A advogada Isabel Kugler Mendes classificou como "degradante" a situação no 9.º Distrito Policial. Com capacidade para 30 pessoas, as celas da cadeia estão hoje com 66 presas. No dia da fuga, eram 94.

"As detentas enfrentam o mau cheiro das celas, onde estão instaladas as latrinas. A comida costuma azedar antes de ser servida quando está muito calor", diz a nota.

Os integrantes da comissão devem elaborar um relatório completo da visita e apresentar à presidência da OAB Paraná. A comissão também pretende visitar o Centro Triagem para onde devem ser transferidas as presas do 9.º Distrito Policial.

A Secretaria da Segurança informou, em nota de esclarecimento, que a construção de doze novas penitenciárias devem por fim às fugas. Segunda a secretaria, já foram desativadas as carceragens do 1º, 2º, 3º, 4ª, 6º, 8º, 10º e 13º Distritos Policiais de Curitiba e que elas agora só recebem presos temporários.

"A carceragem do 9º DP será desativada dentro de dez dias quando todas as presas deste distrito serão encaminhadas para o Centro de Triagem. O distrito receberá uma reforma em que, no lugar da carceragem, serão construídas mais salas, banheiros, que melhorarão o atendimento a população", diz a nota.

Além da advogada Isabel Kugler Mendes, também participaram da vistoria os advogados Marino Galvão e Zuldemar Souza Quadros Sant’Anna.