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Funcionários da Junta foram afastados em 2006

O procurador da Junta Comercial do Paraná, Luiz Afonso Diz Cleto, disse que os dois funcionários presos nesta quarta-feira foram afastados em 2006.

Segundo Cleto, o afastamento foi causado por irregularidas funcionais e nada tem a ver com o suposto pagamento de propina para intervir na mudança contratual do Bingo Village Batel, como aponta a investigação do Nurce.

Cleto disse ainda que normalmente o pedido de alteração no contrato leva em média de um a dois dias para ser analisado. "Definitivamente é inusitado a análise em três horas, como concluiu a investigação policial", afirmou.

Sete pessoas foram presas temporariamente por policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) por suspeita de envolvimento em um esquema de suborno a servidores para facilitar o funcionamento de casas de bingos no Paraná. A operação, intitulada "Jogo Rápido", foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (16) em Curitiba. Foram detidos dois funcionários públicos da Junta Comercial do Paraná (Jucepar), quatro empresários ligados ao bingo Village Batel e um contador.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (Sesp), foram presos o assessor de plenário da Jucepar, João Luiz dos Santos, 41, o assistente da Coordenadoria Regional de Comércio da Jucepar, Marcus Antônio Cury, 45, os sócios do extinto bingo Village Batel, Celso Luiz Lanzoni, 55, Arthur José Nunes Lanzoni, 30, e Luiz Antônio Scarpin, 55, além de Ricardo Fontana Scarpin, 39, e o contador Ericson Macedo Gaio, 36.

Os servidores da Jucepar são acusados de receber propina, de R$ 10 mil, dos empresários ligados ao bingo Village Batel para agilizar e liberar uma alteração contratual em menos de três horas sem passar pela análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Segundo a polícia, o esquema utilizado seria o de protocolar dois pedidos de alteração contratual. Um dos pedidos percorreria o trâmite normal e o segundo teria intervenção dos dois servidores detidos - agilizando o processo.

"Com a alteração contratual, os empresários conseguiram uma liminar no TRF4 (Tribunal Regional Federal em Porto Alegre) para que pudessem funcionar no Paraná", explicou o delegado Sérgio Sirino, coordenador do Nurce no Paraná. Segundo Sirino, a polícia tem provas testemunhais que empresários pagaram os R$ 10 mil de propina aos funcionários da Junta Comercial, em 2004.

A Jucepar é um órgão ligado à Secretaria de Indústria e Comércio. A polícia ainda investiga quantos bingos teriam sido beneficiados. Todos os suspeitos foram localizados em suas casas.

Procurado pela reportagem, o advogado Juliano Breda, que defende os sócios do extinto bingo Village Batel, Celso Luiz Lanzoni, 55, Arthur José Nunes Lanzoni, 30, disse que ainda não tem a exata noção das investigações da polícia, mas afirmou que já é possível constatar que a prisão de seus clientes é ilegítima e desnecessária. "Essa é uma investigação de 2004. Na época os dois (Celso e Arthur Lanzoni) foram intimados e prestaram depoimento", disse, destacando que a prisão deles é em virtude da onda nacional contra os bingos.

Sobre a acusação de pagamento de propina, Breda rebate dizendo que seus clientes negam veementemente qualquer tipo de acerto. "A alteração contratual tramitou normalmente. A testemunha, que a polícia diz ter, prestou um depoimento vago e sem sustentação", disse.

Breda espera que seus clientes sejam ouvidos ainda nesta quarta-feira e liberados em seguida. "Como sete foram presos, os depoimentos podem ser concluídos amanhã (quinta-feira). Se meus clientes não forem liberados após as oitivas, a saída será ingressar um habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Paraná", conluiu o advogado.

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