Em depoimentos à polícia, na tarde desta sexta-feira (24), funcionários do Playcenter disseram que um dos carrinhos da montanha-russa Looping Star não parou no lugar no certo. Ao todo, quatro empregados do parque de diversões um técnico de manutenção e três operadores do equipamento prestaram depoimentos no 23o DP, em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo.
De acordo com o delegado Marco Aurélio Batista, as informações dadas pelos funcionários ajudaram a entender os sistemas de operação e manutenção da montanha-russa, que conta com pelo menos quatro feios para conter os carrinhos. "Eles explicaram que tem o freio de redução de velocidade e de, em seguida, mais três freios, um estacionário, um de espera e outro de plataforma. Pelos relatos deles, o carrinho que se acidentou reduziu bem a velocidade, mas não parou onde deveria", disse Batista.
Ele foi informado pelos funcionários que na plataforma havia um carrinho com 28 pessoas, que foi atingido por outro carregando outras 15 pessoas. O acidente ocorreu por volta do meio-dia de quinta-feira (23). Ao menos 15 pessoas se feriram, a maioria sem gravidade apenas uma delas, uma menina de 11 anos, permaneceu internada e precisou ser submetida a uma cirurgia de renoplastia não estética, segundo a assessoria de imprensa do Playcenter, no Hospital Metropolitano. A previsão de alta era para o final da tarde desta sexta.
De acordo com o delegado, a manutenção do brinquedo é feita diariamente. "Eles fazem um check list de cerca de duas horas e meia antes de iniciar a operação. Depois, colocam para rodar sem passageiros para testá-lo. Além disso, semestralmente três engenheiros elétrico, mecânico e de segurança produzem laudos sobre o equipamento. E um órgão internacional vistoria a montanha-russa a cada dois anos", explicou o delegado.
Na semana que vem, serão feitas várias simulações com o brinquedo pela polícia técnica. Depois, os sistemas de freios serão desmontados para serem analisados pela perícia. "Temos algumas hipóteses sobre o que pode ter ocorrido, mas é cedo para chegar a qualquer conclusão", afirmou Batista, que deverá convocar para depor as 15 pessoas que se feriram no acidente. Ele só aguarda o envio da lista com os nomes das vítimas pelo hospital onde foram atendidas.
Segundo o delegado, existe a possibilidade, sim, ao término do inquérito, de indiciamento por lesão corporal culposa (quando não há a intenção), se ficar comprovado que "houve uma eventual negligência na operação ou manutenção" do equipamento, que permanece interditado.
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