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Caso Isabella

Futuro do casal Nardoni será decidido a partir desta segunda-feira

Júri popular pode durar cinco dias. No dia anterior ao julgamento, Nardoni recebeu visita dos pais. Ana Carolina de Oliveira espera condenação do casal

O julgamento do casal Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni – acusados da morte de Isabella Nardoni – começa nesta segunda-feira (22), no 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. A inocência ou a condenação do casal Nardoni será definida em júri popular, previsto em crimes contra a vida, como homicídio, tentativa de homicídio e auxílio ao suicídio. Nesta modalidade de julgamento, cidadãos comuns, escolhidos por sorteio é que decidem se os réus são culpados.

Neste domingo (21), Alexandre Nardoni recebeu a visita dos pais, na penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, em São Paulo. Eles chegaram ao presídio por volta das 9h30 e permaneceram no local até as 16h20. Os pais de Nardoni usavam camisetas com as inscrições: "família Nardoni inocente! Justiça! A verdade prevalecerá!". Na foto estampada, o pai e a madrasta de Isabella estão sorridentes ao lado da menina e dos filhos do casal. Antes, Antonio Nardoni, pai do acusado, havia dito que tem "confiança total" na inocência do filho e da nora.

A mãe de Isabella, a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 24 anos, disse, em entrevista concedida por e-mail divulgada pela Agência Estado, que espera que "a Justiça seja feita, que eles sejam condenados". Mesmo que a casal Nardoni seja considerado culpado, Ana Carolina afirmou que não ficará tranquila. "Afinal, minha filha nunca mais vai voltar", disse.

O julgamento pode durar até cinco dias. O promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação, disse que o estresse psicológico sempre é grande em júris longos, como este. Além do aspecto psicológico, ele revelou que é preciso estar com boa preparação física. Apesar da notoriedade do caso, Cembranelli afirmou que atua melhor sob pressão.

O Júri

O casal Nardoni deve partir em comboios separados para o 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, onde será realizado o julgamento. A expectativa é de que provas técnicas sejam decisivas no resultado final.

No júri popular, 40 jurados vão ser sorteados para o julgamento do casal Nardoni, apesar de o Código de Processo Penal prever que 25 jurados devem escolhidos. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), optou-se por sortear 15 a mais por questões de garantia. Do total selecionado, 23 são mulheres e 17, homens. Os integrantes do júri precisam ter mais de 18 anos, nenhum antecedente criminal e morar na cidade de São Paulo.

Apenas sete jurados irão compor o conselho de sentença. O sorteio ocorre no dia do julgamento. A defesa e acusação têm o direito, cada uma, de recusar três jurados sorteados. Depois da escolha, os outros jurados presentes são dispensados. Durante os dias de julgamento – estão previstos até cinco – os integrantes do conselho ficam incomunicáveis. Eles irão dormir e fazer as refeições dentro do Fórum de Santana.

A lei 11.689, de junho de 2008, fez algumas alterações no Código de Processo Penal. Agora, o interrogatório dos réus é feito após o depoimento das testemunhas. Até então, os acusados do crime eram ouvidos primeiro. Isso foi feito, segundo os juristas, para garantir a ampla defesa dos réus. Com a mudança, o julgamento segue a seguinte ordem:

- Sorteio dos jurados: sete são sorteados, entre 40 possíveis. O promotor e o advogado de defesa podem negar, sem justificativa, três jurados cada.

- Depoimento das testemunhas: primeiro são ouvidas as arroladas pela acusação, depois as da defesa.

- Leitura de peças: trechos do processo, como provas recolhidas por carta precatória.

- Interrogatórios dos réus: acusados do crime respondem a perguntas de defesa e acusação (os jurados também podem fazer questionamentos, por intermédio do juiz).

- Debates: são disponibilizadas duas horas e meia para os argumentos da acusação e o mesmo para a defesa. Depois, há duas horas de réplica e o tempo igual de tréplica.

- Voto em sala secreta: jurados vão até a sala secreta e respondem a quesitos estabelecidos pelo juiz. Depois, o magistrado formula e lê a sentença.

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