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Crise na Polícia Civil

Gaeco investiga desvio de provas

MP apura se termo circunstanciado lavrado em delegacia foi fraudado para acobertar responsáveis por mansão-cassino

O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, abriu investigação oficial para apurar a denúncia de que houve desvio de provas e ocultação de informações após a operação policial que fechou um cassino clandestino, na semana passada, em Curitiba. Na abordagem ao estabelecimento, que funcionava em uma mansão no bairro Parolin, policiais civis agiram por conta própria, sem a coordenação de um delegado. O local teria a proteção de pessoas influentes. O incidente tornou público um racha na Polícia Civil.

"Nós devemos verificar com mais cautela os detalhes das apreensões, averiguar em que termos isso foi feito. Precisamos verificar se as irregularidades que estão dizendo realmente aconteceram", disse o coordenador do Gaeco, Leonir Battisti, que esteve na quarta-feira no 2.º Distrito Policial (DP), para onde foram levadas provas e as pessoas detidas no local.

Alguns elementos da operação ainda permanecem obscuros. Um homem apontado como "gerente" do cassino clandestino foi registrado na delegacia como "viciado em jogos de azar". Apesar disso, os

R$ 3.350 que estavam nos 40 caça-níqueis apreendidos pela polícia foram depositados em uma conta judicial em nome deste homem.

Além dissso, policiais que participaram da abordagem à mansão afirmam que três celulares apreendidos foram devolvidos sem serem periciados. Os aparelhos poderiam conter provas que levassem ao responsável pelo cassino clandestino. Ainda, segundo eles, foi apresentada ao 2.º DP uma relação com a qualificação (nome, telefones e endereços) dos mais de 30 jogadores que estavam na casa do momento da operação. Mas, no termo circunstanciado, a lista não consta entre os itens apreendidos. Policiais da delegacia afirmam que a relação não foi entregue.

Também teria desaparecido uma série de fotos do suposto responsável pela mansão ao lado de políticos paranaenses.

Punição

Ontem, a Corregedoria da Polícia Civil começou a ouvir os agentes que teriam participado da abordagem à mansão. Em entrevista coletiva, o governador Beto Richa negou que os policiais civis possam ser punidos. "Não existe isso. A polícia tem o rigor de sua disciplina, que deve ser observada, mas as negociações com os sindicatos e associações são livres e democráticas", disse.

O delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, chegou a classificar a operação na mansão como um ato de "milicianos" em razão de os policiais estarem encapuzados na operação .

Colaborou Sandro Moser

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