
Os 11 anos de incentivo à leitura de jornais por crianças e jovens de até 25 anos renderam à Gazeta do Povo, através do projeto Ler e Pensar, o Prêmio Mundial de Jovens Leitores da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN, na sigla em inglês). Esta é a primeira vez que um jornal brasileiro leva o principal prêmio da categoria Newspapers in Education, denominada "Excelência Duradoura". O prêmio reconhece internacionalmente iniciativas de jornais que desenvolveram, nos últimos 24 meses, as melhores atividades voltadas a leitores infanto-juvenis. O anúncio do vencedor foi feito ontem em Porto Alegre (RS).
"Trabalhamos arduamente para isso. É um projeto sério que vem sendo construído nos últimos 11 anos com a parceria das universidades. Conseguimos um resultado muito interessante", diz a diretora-executiva do Instituto GRPCom, Clarice López de Alda. O instituto é o responsável pelo Ler e Pensar. Ao longo de mais de uma década, foram atendidas cerca de mil escolas públicas e particulares do Paraná, envolvendo 11 mil professores e 600 mil alunos. Somente em 2011, estão cadastrados 27 municípios, 1.759 professores e 70 mil estudantes.
Os projetos vencedores, um por categoria, recebem um prêmio de mil euros e a inscrição para o 63.º Congresso Internacional de Jornais, que ocorre de 12 a 15 de outubro em Viena, Áustria. Além da categoria principal, a WAN premiou três outras categorias: "Conexão com dispositivos móveis", "Prêmio Natasa de Redação Jornalística" para a iniciativa de parque gráfico destinada a familiarizar os jovens com o mundo da produção de jornais e a categoria "NIE Digital", voltada aos educadores que desenvolveram o melhor conjunto de planos de aula que usam versões eletrônicas de jornal.
Recurso
No caso do Ler e Pensar, o projeto funciona da seguinte forma: escolas e professores recebem a Gazeta do Povo para trabalhar o conteúdo com os alunos em sala. Assim, o jornal passa a ser um recurso pedagógico facilitador e de estímulo à leitura. "Muitas crianças nunca tinham visto o jornal antes, porque em casa os pais não tinham o hábito de leitura. Isso passa a ser uma novidade para elas e, dessa forma, os professores conseguem fazer coisas incríveis. As crianças aprendem, por exemplo, a diferenciar os diversos tipos de discursos existentes no jornal. Percebem que o anúncio publicitário é diferente da reportagem e da charge", explica a jornalista Marleth Silva, conselheira do Ler e Pensar.
Além de ter a Gazeta gratuitamente, a cada 15 dias as escolas recebem o Boletim de Leitura Orientada (Bolo), com sugestões de atividades a serem produzidas a partir das matérias publicadas no jornal. Há fundamentação pedagógica que segue os parâmetros curriculares municipais de cada área do conhecimento. O projeto prevê ainda a formação continuada dos professores, elaboração e distribuição de material didático em parceria com universidades.



