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O estado de Goiás tem dois casos de febre amarela confirmados e três suspeitos, informou na quinta-feira (4) a gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Magna Maria de Carvalho. Segundo ela, foi decretado estado de alerta na região, a fim de evitar o avanço da doença e, principalmente, o risco de um ciclo de transmissão urbana. As informações são da Agência Brasil.

Das cinco pessoas com suspeita da doença, apenas uma mora em Goiás. Dois casos suspeitos foram identificados na cidade goiana de Alto Paraíso, sendo um deles estrangeiro. Há também um caso em Niquelândia, um em São Miguel do Araguaia, envolvendo morador de Brasília, e um em Alexânia.

“Todo o estado já está em alerta. Comunicamos também os estados vizinhos, inclusive o DF [Distrito Federal], sobre essas ocorrências”, disse a gerente.

Magna explicou que a secretaria tem atuado em duas frentes de combate à doença. “Primeiro, orientando as pessoas que nunca se vacinaram ou que tomaram menos de duas doses de vacina a procurar uma unidade de saúde e se vacinar. A segunda, orientando as secretarias municipais desse municípios onde há casos [suspeitos] a melhorar e intensificar o combate ao mosquito.”

Só está definitivamente imune a pessoa que tomar duas doses de vacina. A proteção, no entanto, já é efetiva dez dias após a primeira dose. “É importante lembrar que a vacina contra febre amarela não faz parte do calendário básico de vacina de todos estados. Como Goiás recebe fluxo migratório importante, temos pedido [a outros estados] a ajuda para esclarecer as pessoas sobre a necessidade de que se vacinarem com pelo menos dez dias de antecedência”, acrescentou a gerente.

Magna informou que não há, até o momento, registro de transmissão na cidade. “A febre tem dois ciclos: silvestre e urbano. O grande temor é em relação às ocorrências no ciclo urbano. A doença é a mesma, mas a diferença é no vetor que transmite, no caso, o Aedes aegypti”, afirmou, referindo-se ao mesmo mosquito transmissor da dengue.

“Febre Amarela é uma doença endêmica em Goiás e em várias regiões do país. Tem caráter cíclico, com casos a cada cinco ou sete anos. Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942. Eventualmente, a contaminação é na mata. Quando a pessoa vai para a cidade, em locais com a presença do Aedes aegypti, pode dar início de um ciclo de transmissão urbana”, disse ela.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a última epidemia registrada em Goiás e regiões vizinhas foi em 2007/2008. Na época, foram registrados 24 casos e 16 óbitos. Os sintomas da doença são parecidos com a dengue, inicialmente: dor de cabeça, febre, náusea, vômitos.

“Pode apresentar também icterícia, que é uma cor amarelada da pele e dos olhos”, esclareceu Magna. A doença é considerada mais grave do que a dengue.

Como há dificuldades para identificar a febre amarela, as autoridades sugerem que, ao deparar com qualquer um desses sintomas, as pessoas devem procuram de imediato uma unidade de saúde, para acompanhamento e para os exames laboratoriais necessários.

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